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FÓRMULA ORIGINAL O BBB 8 apenas mantém o padrão romance e intrigas

Rio de Janeiro, terça-feira 8: os 14 participantes da oitava edição do Big Brother Brasil chegam à confortável casa montada pela Globo onde, confinados, terão de dividir mantimentos, realizar tarefas e se exterminar ao longo de três meses. Los Angeles, quinta- feira 10: estréia na tevê americana Celebrity Rehab With Dr. Drew, que explora em rede nacional a luta de oito celebridades para se manterem sóbrias numa clínica de reabilitação para viciados na Califórnia. A série terá oito episódios e as presenças do ator Daniel Baldwin e da atriz Brigite Nielsen, que antes de participar bebeu meia garrafa de vodca como despedida. Os dois programas são bons exemplos do que os reality shows têm mostrado tanto aqui quanto no Exterior. A maioria dos personagens dessas atrações se resume a dois tipos: os famosos de segundo escalão, cujo melhor momento já passou ou nunca aconteceu, desesperados por mais alguns momentos de notoriedade e um bom cachê; e anônimos que buscam de qualquer jeito um breve momento de fama, ou, no máximo, ser uma celebridade de segundo escalão. Até hoje, a única BBB a alcançar e manter o status de estrela de primeira grandeza é a global Grazielli Massafera. “Estamos presenciando a era dos 15 minutos de fama que Andy Warhol previu. É algo característico dessa sociedade de consumo, efêmera, sem muito conteúdo. O avanço das tecnologias de informação e comunicação propicia esse voyeurismo virtual”, diz o sociólogo e antropólogo Antonio Flávio Testa, pesquisador do Departamento de Educação da Universidade de Brasília. Para Testa, o mercado das celebridades instantâneas funciona muito bem no Brasil. “As pessoas se submetem a esse ritual em busca de posicionamento na sociedade e cientes da superexposição. E há público comprovadamente interessado.” Na era atual, sites de relacionamento, como Orkut e MySpace, são apenas aperitivo para quem quer escancarar a intimidade. No quesito esquisitice, os reality shows importados estão muito à frente dos nacionais. God or the girl mostra as reflexões de quatro jovens de 20 e poucos anos indecisos entre tornar-se padres ou ceder às tentações da vida terrena. My bare lady tem quatro atrizes de filmes pornôs tentando provar que podem atuar em produções convencionais. Enquanto isso, os primeiros episódios do BBB 8 sinalizam que os temas predominantes continuarão a ser romances e intrigas entre os participantes. A julgar pela audiência de estréia – a segunda pior das oito edições realizadas –, pode ser a hora de investir em novos formatos.

MUNDO BIZARRO
Desde o sucesso do primeiro Big Brother, produzido na Holanda, em 2000, os reality shows invadiram a grade de emissoras em todo o mundo, com atrações tão criativas quanto estranhas – como os programas abaixo

I WANT A FAMOUS FACE – série produzida pela MTV americana em que pessoas recorriam a cirurgias plásticas (e a quaisquer outros tipos de tratamento) para ficar parecidas com celebridades, como Brad Pitt e Pamela Anderson.

CELEBRITY SHARK BAIT – especial no qual, trancadas em jaulas, celebridades mergulhavam em águas infestadas de tubarões-brancos, na África do Sul.

KID NATION – 40 crianças de oito a 15 anos são levadas por 40 dias para uma cidade-fantasma no Novo México, onde têm a missão de desenvolver sua própria sociedade, sem a intromissão de adultos.