Os 100 brasileiros mais influentes
Ousados

 

 

Luiza Helena Trajano
Presidente do Magazine Luiza

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A história da empresária Luiza Helena Trajano, 58 anos, se tornou um exemplo a ser seguido. Casada e mãe de três filhos, a superintendente do Magazine Luiza (no qual trabalha desde os 12 anos) é sinônimo de competência e inovação. Na década de 90, criou as Lojas Eletrônicas Luiza, um projeto pioneiro no varejo nacional para compras via internet. No mesmo período, os funcionários passaram a ter participação nos lucros da rede. Dali em diante, parece que tudo o que Luiza planeja dá certo. Em setembro de 2008, ela inaugurou 44 lojas na Grande São Paulo, mercado em que ainda não estava presente. Até 2010 serão abertas outras 70 lojas, incluindo o litoral. "Estamos conquistando os paulistanos e pretendemos, em 2009, nos consolidar cada vez mais na região", afirma Luiza.

 

Marcel Telles
Sócio da InBev

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Rumo à liderança mundial, o carioca Marcel Telles, 58 anos, é um estrategista no apogeu, um dos principais nomes por trás da bilionária trajetória do mercado de cerveja no Brasil. Idealizou a união entre as rivais Brahma e Antarctica (AmBev), comandou a fusão entre a AmBev e a belga Interbrew (InBev) e, este ano, comprou a americana Anheuser- Busch, fabricante da Budweiser (a cerveja preferida dos americanos), por US$ 52 bilhões. A atuação do executivo global na negociação, considerada um marco no mundo corporativo, levou pouco mais de um mês. Com um patrimônio estimado em US$ 2,5 bilhões, Telles é o 462° colocado no ranking de bilionários da Forbes. Seu poder e faro para grandes negócios resultam, garante, de uma receita simples: "O melhor caminho é cercar-se de boas pessoas e dar a elas uma parte dos negócios", ensina. Não é porque chegou ao topo do ranking das cervejarias que Telles vai parar – e curtir a vida mansa em Mônaco, onde mora. Já deixou claro que articula novas empreitadas, embora mantenha os detalhes sob absoluto sigilo.

 

 

 

 

 

David Barioni
Presidente da TAM

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Quando David Barioni assumiu a presidência da TAM, no final de 2007, a empresa vivia seus piores dias. Menos de seis meses antes, o vôo 3054 acabara em tragédia em Congonhas, com a morte de 199 pessoas, no maior desastre aéreo já registrado no País. Com a concorrência ameaçando a liderança da TAM no mercado, Barioni agiu rápido e em pouco tempo a empresa viu sua fatia nos vôos domésticos aumentar de 48,6% em janeiro de 2008 para 51,8% em outubro; em vôos internacionais, a TAM saltou de 67% para 83,8%. Isso foi possível graças à redução drástica dos custos da companhia. Mesmo com a crise, Barioni diz que a TAM vai manter o plano de investimento de US$ 6,9 bilhões até 2018. Aos 50 anos, o paulistano Barioni é tão apaixonado pela aviação quanto o fundador da TAM, Amaro Rolim. Todo mês, Barioni faz questão de pilotar, na condição de comandante, um Boeing 777 para Frankfurt ou Santiago do Chile. Depois dos resultados alcançados, a capacidade de alçar vôo do comandante David Barioni deve influenciar outros empresários no País.

Maurren Maggi
Campeã olímpica em Pequim

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Ela competiu 14 vezes em 2008. Venceu dez e ficou na segunda colocação em três. Em uma temporada espetacular, Maurren Higa Maggi consagrou-se no esporte brasileiro graças a um centímetro. Em agosto, saltou 7,04 metros nos jogos olímpicos de Pequim e conquistou a primeira medalha de ouro feminina do Brasil na história dessa competição.

Desde que voltou a competir em 2006, após ficar afastada das pistas por três anos ao ser flagrada no exame antidoping, Maurren diz que seu desempenho em um ano é sempre melhor do que no anterior.

Em 2009, sua meta é conquistar o ouro no campeonato mundial ao ar livre, em Berlim, na Alemanha. Ela já chegou a três finais dessa disputa, mas nunca ganhou medalha. Ter status de campeã olímpica, segundo o seu técnico Nélio Moura, é um trunfo: "A Maurren gosta de ser favorita.

Ela se sente e compete bem nessa posição."

Cledorvino Belinni
Presidente da Fiat

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Primeiro brasileiro a assumir a presidência da Fiat (em 2005), Cledorvino Belini, 58 anos, se contrapõe à visão alarmista que muitos empresários alimentam sobre a crise econômica mundial. Belini lembra que 2008 será o melhor ano da história da indústria automobilística brasileira, com a Fiat encerrando o ano na liderança do mercado e com lucro pelo quarto ano consecutivo. Tanto que a montadora vai manter no Brasil os investimentos da ordem de R$ 5 bilhões previstos para ocorrer até 2010. O otimismo do presidente da Fiat não é ingênuo, tem base real: quando ele assumiu, a montadora estava no vermelho e desde então a empresa só fez lucrar. "Temos uma indústria vigorosa, uma das maiores do mundo, mercado interno forte e um automóvel para cada oito habitantes", diz Belini, que acumula o comando da Fiat Brasil com o cargo de diretor-superintentente da Fiat Automóveis para a América Latina. Essa postura de Cledorvino Belini de inabalável confiança no País será fundamental para que o empresariado possa enfrentar os tempos difíceis daqui para a frente.

Pedro Moreira Salles
Presidente do Unibanco

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Herdeiro do Unibanco, Pedro Moreira Salles termina o ano como o presidente do conselho Itaú-Unibanco. A fusão entre a Itaúsa, empresa de participações do grupo Itaú, e o Unibanco, do qual Salles é presidente, anunciada no início de novembro, criou o maior banco do País e o maior grupo financeiro do Hemisfério Sul. O total de ativos soma mais de R$ 575 bilhões. "Somos brasileiros, mas, agora, também seremos globais", disse Salles em carta enviada aos funcionários do Unibanco quando do anúncio do fechamento do maior negócio do País. Tanto Salles quanto Roberto Setubal, presidente do Itaú, começaram a discutir a fusão dos dois bancos em julho de 2007, desde a compra do Abn Amro Real pelo Santander, e resolveram bater o martelo no final de outubro, por conta da crise global. Se não é tão conhecido como seu irmão cineasta Walter Salles, Pedro entra em 2009 – ano em que completará 50 anos – como um dos homens de negócios mais influentes do País.

Hélio Costa
Ministro das Comunicações

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O ministro das Comunicações, Hélio Costa, é o candidato natural do PMDB para disputar o governo mineiro em 2010 e vem trabalhando para isso. Teve uma atuação de destaque nas eleições municipais em Belo Horizonte, apoiando um candidato que quase desbancou a robusta aliança local entre PSDB e PT, e agora flerta com o governador Aécio Neves (PSDB) com vista à eleição presidencial. À frente do Ministério das Comunicações, Costa liderou a implantação da TV digital, deu sinal verde para a criação de uma "supertele" brasileira, com a compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi, e expandiu o uso da terceira geração da telefonia móvel (3G). Em 2009, quer implantar 12 mil pontos de conexão de banda larga em escolas e comunidades carentes. Não será suficiente para toda a demanda, mas o ano pode virar um marco na inclusão digital.

OUSADOS

 

 

 

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Ele é o quarto dos sete filhos de um símbolo do sistema bancário brasileiro, Olavo Setubal, morto este ano. Fã apaixonado de rock, Roberto Setubal, formou- se em engenharia na Universidade de São Paulo e até dez anos atrás ainda circulava pela capital paulista a bordo de um antigo Escort. Aprendeu a administrar sua fortuna nos EUA, num estágio no Citibank, em Nova York. À frente do Banco Itaú a partir de 1994, ele implementou uma arrojada investida sobre seus concorrentes, comprando várias instituições financeiras. Foi lucro em cima de lucro. Nesse período, criou uma máxima para suas aquisições na qual suas contas só fecham se 1 mais 1 for igual a três. Entre 1997 e 2001, Setubal dirigiu a agremiação que simboliza o poder do setor bancário no País, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Nos últimos meses, em meio à maior crise mundial da economia, ele deu sua mais ousada tacada e ajudou a fundar a maior instituição financeira da América Latina, o Itaú-Unibanco.

Luizianne Lins
Prefeita reeleita de Fortaleza

A prefeita reeleita de Fortaleza nunca teve a estrutura partidária ao seu lado e mesmo assim vem colecionando vitórias. Foi a vereadora mais votada do PT em 1996, elegeu-se deputada estadual em 2002 e em 2004 venceu a disputa para a prefeitura da capital cearense. Candidata à reeleição nas eleições municipais de 2008, teve problemas com o Ministério Público do Ceará, que pediu a impugnação da sua candidatura, em razão de supostas irregularidades. Nada foi provado. Depois de reeleita, Luizianne disse não se interessar em ser candidata ao governo do Estado nem ao Senado, mas desta vez é possível que o PT não deixe de considerar suas posições. "Eu quero governar Fortaleza e deixá-la cada vez melhor", declarou. A prefeita petista afirmou que, em seu segundo mandato, continuará priorizando os serviços públicos em educação, saúde, transporte e habitação. "Assumimos em 2005 uma cidade com um caixa falido. A vitória no primeiro turno foi o reconhecimento deste esforço para reconstruir nossa capital."

Miguel Jorge
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

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Miguel Jorge é econômico nas palavras, mas participa ativamente dos debates no governo, principalmente nas questões de política econômica. Com a experiência de ex-vice-presidente corporativo da Volkswagen, ele não se intimida quando sai em defesa de soluções que atendam aos interesses do setor privado. Assim que a crise internacional bateu à porta da economia brasileira, Miguel Jorge engrossou, nos bastidores, o coro dos que exigiram medidas que aliviassem o aperto de crédito no País e convenceu seus colegas da Fazenda e do Planejamento a liberarem R$ 4 bilhões para os bancos da indústria automobilística. "Para manter o ritmo dos investimentos, o crédito é uma variável crucial", costuma advertir o ministro.

Luiz Marinho
Prefeito eleito de São Bernardo do Campo

A vitória do ex-metalúrgico Luiz Marinho nas eleições em São Bernardo do Campo (SP) foi considerada uma das maiores conquistas eleitorais do PT em 2008. Marinho se credenciou como uma nova liderança do partido em São Paulo e ofuscou a estrela da ex-ministra Marta Suplicy. Em 2009, Marinho disputará com o apoio de Lula a presidência estadual do PT e irá influir na escolha do candidato do partido para 2010. Ex-presidente da CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Marinho é um hábil negociador em plena ascensão. Foi ministro do Trabalho (2005) e da Previdência (2007-2008). Agora vai administrar uma cidade onde estão várias montadoras, que sofrerão com os efeitos da crise.

 

 

 

Roberto Setubal
Presidente do Itaú

 

 

Paulo Skaf
Presidente da Fiesp

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Desde 2004 no comando da Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf costuma dizer que não defende os interesses da indústria e dos industriais, e sim do Brasil. Ele, que é também presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), é radicalmente contra a pesada carga tributária que incide todos os meses sobre milhões de brasileiros contribuintes. Prova disso é a verdadeira cruzada que encabeçou para derrubar a CPMF em 2008 e a batalha contra o sucessor do imposto, a CSS (Contribuição Social para a Saúde), a qual já chegou a chamar de "Contra Seu Salário", fazendo um singelo trocadilho com a sigla do tributo.

Outra freqüente reclamação de Skaf são as altas taxas de juros, na sua opinião um remédio amargo para a indústria brasileira, pois torna o produto nacional menos competitivo nos mercados tanto interno como externo. Será uma voz a ser ouvida nos caminhos que o País precisa trilhar para o enfrentamento da crise econômica.

 

Marcelo Odebrecht
Presidente da Odebrecht

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Aos 40 anos, Marcelo Bahia Odebrecht carrega nos ombros a responsabilidade de ser o filho de Emílio Odebrecht e o neto de Norberto Odebrecht, fundadores da principal construtora brasileira, que se tornou um império empresarial em várias partes do mundo. Um dos aspectos fundamentais da construtora, aliás, é sua internacionalização – cerca de 70% das receitas vêm do Exterior. Em 2008, no encontro anual da Odebrecht na Bahia, Marcelo foi nomeado presidente de uma organização que tem uma receita global de US$ 17,7 bilhões, 100 mil funcionários espalhados por diversos países – entre eles Angola, onde a empresa tem 40 mil colaboradores – e o controle da maior petroquímica do Hemisfério Sul. Entre as conquistas recentes da Odebrecht, destaca-se a primeira grande usina do rio Madeira, em Rondônia, que deverá produzir 42 mil megawatts.

Mas Marcelo Odebrecht não canta os louros e prepara a empresa para novos desafios, como o etanol, e o pré-sal – em que a empreiteira aposta na área naval e na montagem de novas plataformas submarinas para a Petrobras.

 

David Neeleman
Presidente da Azul Linhas Aéreas

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O paulistano David Neeleman, radicado nos Estados Unidos, está de volta à terra natal com uma boa notícia: a criação da Azul Linhas Aéreas, pronta para alçar grandes vôos em 2009. A empresa tem perfil inovador. Aposta na oferta de vôos domésticos sem escala, com aeronaves menores e passagens baratas para aumentar a demanda pelas viagens de avião. "O público hoje tem que arcar com tarifas excessivamente elevadas e com reduzidas opções de serviços", afirmou o empresário. Em cinco anos, a Azul pretende servir as principais cidades do País com uma frota de até 76 jatos da Embraer.

A julgar pelo perfil de seu criador, terá tudo para revolucionar o tráfego aéreo brasileiro. Neeleman, de 49 anos e pai de nove filhos, é mais conhecido como o fundador da JetBlue, que conquistou o mercado dos EUA com uma estrutura enxuta e tarifas baixas.

A ele são atribuídas inovações como o uso do bilhete eletrônico e a tevê ao vivo nos aviões, em monitores individuais, que devem estar disponíveis no Brasil no segundo semestre.