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O cineasta americano Wes Anderson e todo o elenco do filme "Moonrise Kingdom" abriram o 65º Festival de Cinema de Cannes, em um evento nesta quarta-feira (16) no Palácio de Festivais que reuniu centenas de estrelas.
 
"Declaramos aberto o 65º Festival de Cannes", disse Anderson, acompanhado dos atores Edward Norton, Bruce Willis, Bill Murray, Tilda Swinton e Jason Schwartzman, além das crianças Kara Hayward e Jared Gilman, intérpretes de "Moonrise Kingdom", um filme lúdico e melancólico que estreou nesta quarta-feira em Cannes.
 
A franco-argentina Berenice Bejo deu anteriormente as boas-vindas a 3.000 convidados na gala de abertura do maior festival de cinema do mundo, que reunirá durante 12 dias estrelas de Hollywood e gigantes e jovens talentos do cinema.
 
Usando um vestido vermelho e com o cabelo castanho solto, Berenice Bejo foi a mestre de cerimônias do Festival de Cannes, que no ano passado a recebeu como a desconhecida intérprete de um filme mudo em branco e preto, "O Artista", que iniciou neste evento uma carreira de triunfos mundiais.
 
A atriz apresentou os membros do júri, presidido pelo cineasta italiano Nanni Moretti, que foi recebido com uma ovação de pé. O cineasta, que conquistou a Palma de Ouro em Cannes em 2001 por "O Quarto do Filho", destacou a atitude da França, que soube manter um cinema nacional, ao contrário de outros países, entre eles a Itália.
 
"Graças a este país que diferentemente de outros, continua sempre reservando um lugar ao cinema", disse o presidente do júri, depois que apresentou uma pequena montagem de seus filmes, entre eles o genial "Querido Diário". "É para mim uma grande honra, um grande privilégio, uma grande responsabilidade, ser presidente do júri do festival de cinema mais importante do mundo", completou Moretti.
 
Concorrentes
 
Após as palavras de abertura, foi exibido na grande sala do Palácio de Festivais "Moonrise Kingdom", uma fabula lúdica e cheia de nostalgia sobre o amor de duas crianças, que é um dos 22 longas-metragens em disputa pela Palma de Ouro. "Meu filme fala da emoção de se apaixonar", disse Anderson após a exibição da obra para a imprensa.
 
Ele disse que "Moonrise kingdom" não é baseado em algo que viveu, mas em algo que gostaria que acontecesse. "Nada disso realmente ocorreu", afirmou o cineasta texano, autor de sucessos de bilheteria como "Fantástico Sr. Fox" e "Os Excêntricos Tenenbaums".
 
"A lembrança da emoção do que queria que acontecesse, e a emoção de me apaixonar quando criança, nunca deixam uma pessoa, e isso é algo que queria dividir com os outros", disse o cineasta de 48 anos. Anderson captou essa emoção, a julgar pelos aplausos na sala de imprensa, após ser exibido o primeiro dos filmes que aspiram à cobiçada Palma de Ouro, entre os quais está "Na Estrada", do brasileiro Walter Salles.
 
Entre as estrelas que pisarão no tapete vermelho do Palácio de Festivais que foi instalado nesta quarta-feira de manhã, quando o sol apareceu, estão Nicole Kidman, Brad Pitt, Jessica Chastain, Kylie Minogue, Sam Riley, Kirsten Dunst, Shia LaBeouf, Viggo Mortensen, Marion Cotillard, Jean Louis Trintignat, entre outros.
 
Em coletiva de imprensa na quarta-feira, Moretti, e o restante dos jurados – entre eles o cineasta haitiano Raoul Peck, a atriz e cineasta palestina Hiam Abbas, o estilista francês Jean Paul Gaultier e a cineasta britânica Andrea Arnold – concordaram que sua prioridade é "permanecer abertos" às histórias contadas pelos filmes que deverão julgar. Moretti, que é conhecido por seus retratos indignados e irônicos da sociedade italiana, disse que estava "contente" e que estava acompanhado de um júri "sem preconceitos".
 
No júri estão também o cineasta americano Alexander Payne, o ator britânico Ewan McGregor e as atrizes Diane Kruger, da Alemanha, e Emmanuelle Devos, da França.
 
Na quinta-feira, segundo dia do Festival, que terminará em 27 de maio, o protagonista será o cinema francês, com a apresentação de "De Rouille et d”os" de Jacques Audiard, com a premiada atriz Marion Cotillard, um dos filmes mais aguardados da disputa. Também será exibido "Après la Bataille" (Depois da batalha), do cineasta egípcio Yousry Nasrallah, que chega a Cannes um ano depois do movimento de rebelião na Praça Tahrir, no Cairo.


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