img.jpg
PerfoRmances da abstração/ Galeria Luciana Brito, SP/ de 8/5 a 30/6

Já somam mais de 100 anos desde que Wassily Kandinsky pintou sua primeira tela abstrata. No século 20, o abstracionismo foi trabalhado sob as mais diversas premissas: da expressão gestual com o pincel às formas geométricas puras que, posteriormente, saíram da pintura e da escultura chegando à arte conceitual e à performance. A exposição “Performances da Abstração”, na galeria Luciana Brito, em São Paulo, reúne 15 artistas de 13 países, cujos trabalhos dialogam com o abstracionismo.

Com a curadoria de Rina Carvajal, crítica e curadora convidada do Museu Reina Sofía, da Espanha, a mostra traz uma seleção de obras que fazem experimentos nos mais diversos suportes. “Como o convite partiu de uma galeria brasileira, e como a abstração geométrica tem uma história significativa dentro da vanguarda artística do país, me preocupei em organizar uma exposição com novos olhos para a produção geométrico-abstrata contemporânea”, diz ela. A maioria dos trabalhos presentes foi produzida durante a última década. A francesa Marine Hugonnier oculta imagens de jornais com quadrados coloridos semelhantes à técnica “hard-edge”. Já o mexicano Mario García Torres documenta em vídeo as estranhas marcas geométricas deixadas no solo por aviões que faziam manobras militares no sudeste dos EUA.

O trabalho mais antigo é “Malhas da Liberdade”, de Cildo Meireles, realizado em 1976. Na época, o artista pesquisou junto a matemáticos da Universidade de Brasília a criação de uma estrutura similar a uma grade, para demonstrar como estruturas geométricas complexas podem surgir de uma forma geométrica simples. “Essas diferentes visões possibilitaram agrupar artistas em um diálogo entre gerações, ideias, meios e culturas”, completa a curadora. Nina Gazire