Foi com impassibilidade e resignação que o ex-presidente da Libéria Charles Taylor ouviu o veredito do Tribunal Especial da ONU para Serra Leoa: culpado. Agora pesam sobre seus ­ombros 11 crimes contra a humanidade cometidos durante a guerra civil serra-leonesa (1991-2002). Estupro, escravidão sexual, recrutamento de crianças e mutilação estão na lista.

O juiz concluiu que, por pura ganância, Taylor apoiou, instigou e financiou os rebeldes da Frente Unida Revolucionária em troca dos chamados “diamantes de sangue”. O desfecho é histórico e abre um importante precedente no Direito internacional: Taylor é o primeiro chefe de Estado a ser condenado por um tribunal internacional desde o julgamento da cúpula nazista no Tribunal de Nuremberg. A pena será declarada no fim deste mês e deverá ser cumprida na Inglaterra.