07/11/2024 - 8:01
ROMA, 7 NOV (ANSA) – O ano de 2024 será o mais quente da história da humanidade e vai superar pela primeira vez a marca de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais, colocando em risco a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris sobre o clima.
As previsões são do Serviço Copernicus de Mudanças Climáticas (C3S), sistema de observação da Terra da União Europeia e que diz que a “anomalia média na temperatura global para os primeiros 10 meses de 2024 foi 0,71ºC superior à média de 1991-2020, a mais alta já registrada para o período”.
“Agora é virtualmente certo que 2024 será o ano mais quente já registrado. A anomalia da temperatura média para o restante do ano teria de despencar para quase zero para que 2024 não se torne o ano mais quente”, disse o Copernicus.
De acordo com o órgão da UE, 2023 teve uma temperatura média 1,48ºC maior que a da era pré-industrial, período entre 1850 e 1900 que é usado como referência para metas climáticas. “É virtualmente certo que a temperatura global anual para 2024 será mais de 1,5ºC superior ao nível pré-industrial, e é provável que será superior a 1,55ºC”, alertou o C3S.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, tem como meta mais ambiciosa limitar o aquecimento global neste século a 1,5ºC em relação à era pré-industrial. No entanto, são necessários cerca de 20 anos acima desse patamar para sacramentar que o objetivo foi descumprido.
Por outro lado, se essa tendência se mantiver, a humanidade deve conviver nas próximas décadas com aumento constante do nível do mar, ameaçando áreas costeiras, com ondas de calor mais frequentes e um crescente número de fenômenos extremos, incluindo furacões, secas e inundações.
O aquecimento global é causado pelas emissões de gases do efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2) e metano, que continuam aumentando, apesar dos alertas de cientistas de que elas precisam iniciar imediatamente uma trajetória de queda para garantir o cumprimento da meta de 1,5ºC até o fim do século.
(ANSA).