Ele poderia ter feito história no beisebol, mas seu coração foi vencido pelo esporte mais popular do mundo. Agora, o colombiano Radamel Falcao García conta os dias para realizar um sonho pendente: disputar a Copa do Mundo de futebol.

Artilheiro da seleção da Colômbia, o atacante do Monaco quer jogar o Mundial depois de ficar de fora da Copa do Mundo do Brasil-2014 por conta de lesão no joelho.

Mas antes de liderar seu país, Falcao quase preferiu o beisebol em vez do futebol.

“Tinha grande potencial naquela época. Se tivesse continuado jogando poderia ter chegado muito longe neste esporte, mas levo o futebol no sangue”, indicou o jogador em entrevista à Uefa em 2017.

Falcao se aproximou do esporte quando o pai foi defender o Deportivo Tachira na Venezuela. O menino dividia seu tempo livre entre luvas, tacos de beisebol e chuteiras, treinando beisebol pela manhã e jogando futebol à tarde.

Aos sete anos, foi bem em uma seletiva de um clube no oeste da Venezuela: “Foi muito, muito bem”, lembra a mãe.

Com o sucesso, começaram as brincadeiras dos amigos do pai, que já via que o único filho teria que escolher seu futuro de maneira precoce.

Mas o futuro do garoto na Venezuela não seria promissor, já que os campeonatos são famosos pelo baixo nível técnico. “Meu pai decidiu que voltaríamos para a Colômbia e que eu me concentraria só no futebol”, lembra o “Tigre”.

– Início da lenda –

A família chegou em Bogotá no início de 1996. “Eu dizia para meus companheiros nos times que eu estava: ‘este é o que vai me salvar’. Agora me lembro dos companheiros da época e me dizem ‘olhe onde você está agora'”, lembra a AFP Radamel sobre seu filho.

A face de jogador de beisebol ficou para trás, mas o nome de Radamel Falcao García começaria a soar nos estádios da capital colombiana.

Aos 10 anos, começou a deslumbrar no La Gaitana, time da capital de longa data. De lá, passou para o Fair Play, escola com visão evangélica liderada pelo argentino Silvano Espíndola.

Apesar da oposição da mãe, em agosto de 1999, com 13 anos e 112 dias, estreia como profissional no Lanceros de Boyacá, time na segunda divisão colombiana.

11 meses mais tarde, marcaria seu primeiro gol. E, apesar de ser acompanhado pelos principais times colombianos, viajou para a Argentina para fazer testes no River Plate, onde virou ídolo da equipe.

As atuações valeram uma transferência para o Porto, depois para o Atlético de Madrid, onde recuperou o orgulho do time espanhol.

Pouco antes da Copa do Mundo do Brasil-2014, o atacante se machucou após assinar pelo Monaco. Parte da recuperação é realizada nos Estados Unidos, onde se reencontra com o beisebol e ressurge das cinzas para comandar uma Colômbia que quer mostrar a que veio no cenário internacional.

“O maior aporte do beisebol para Falcao foi o psicológico, porque aprendem a administrar o espaço e a velocidade”, diz Juana. Quase 300 gols o colocam como principal jogador do time na Rússia.