Recebido por centenas de torcedores, o peruano Paolo Guerrero disse nesta terça-feira que está triste mas que chegou a Lima “para dar a cara”, após decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) aumentar para 14 meses sua suspensão por doping, tirando o atacante da Copa do Mundo da Rússia.

“Estou triste, mas vim aqui para mostrar a cara, já que se especulam muitas coisas de muitas pessoas. Sofro uma injustiça, já disse”, declarou à imprensa no aeroporto internacional Jorge Chávez.

O capitão peruano comentou que após a punição do CAS “se especulava muito sobre minha posição diante do time. Eu estou com minha seleção até a morte, nos bons ou maus momentos”.

O capitão da seleção deu “positivo” pelo metabólito da cocaína benzoilecgonina, substância incluída na lista de proibições da Agência Mundial Antidoping (AMA), após teste realizado em 5 de outubro ao final da partida das Eliminatórias da Copa contra a Argentina.

O jogador de 34 anos tinha sido suspenso inicialmente por um ano, o que resultou no desfalque do atacante na repescagem contra a Nova Zelândia, que valeu a vaga no Mundial.

A Fifa anunciou no final de dezembro que a pena foi reduzida para seis meses.

Tanto o jogador, que pedia a anulação da suspensão, quando a AMA apelaram a decisão em fevereiro. A AMA pediu uma suspensão entre um e dois anos para o jogador.

A punição de seis meses terminou no dia 3 de maio. Guerrero entrou em campo com a camisa do Flamengo três dias depois, apesar de estar esperando a decisão do CAS para saber se poderia ou não estar na Copa do Mundo.

– Sonho interrompido –

Na segunda-feira, a Corte decidiu pela ampliação da punição de seis para 14 meses, responsabilizando-o por “erro ou negligência”.

“Estou triste por não poder jogar. Estão tirando um sonho das minhas mãos”, lamentou o atacante, que deixou claro seu mal estar com a federação do país.

“Apesar do hotel me prejudicar, me deu as costas e a seleção segue se concentrando nesse lugar”, queixou-se o jogador.

Segundo a defesa, Guerrero tomou o chá contaminado durante concentração antes de viajar para enfrentar a Argentina, recuperando-se de um processo gripal.

“O hotel nunca esclareceu. Escondeu o copo que me deu o chá e quando fomos buscá-lo entregou uma carta contra mim, que teve peso importante”, indicou o jogador do Flamengo.