O líder da oposição armênia, Nikol Pachinian, anunciou na noite deste sábado (21) que se reunirá no domingo com o primeiro-ministro do país, Serzh Sarkisian, enquanto o pais vive seu nono dia de protestos.

“Vou me reunir com Serzh Sarkisian para debater as condições de sua demissão e a transferência pacífica de poder”, afirmou Pachinian em mensagem de vídeo postada em sua página no Facebook, destacando que o encontro ocorrerá no domingo às 10h00 locais (03h00 de Brasília) no hotel Marriott do centro da capital do país, Erevan.

A AFP não obteve até o momento nenhum comentário do serviço de imprensa do premiê.

Mais cedo, Pachinian se encontrou com o presidente Armen Sarkisian na praça da República, no centro da capital.

Ao chegar ao local, Sarkisian, acompanhado de seus seguranças, trocou um aperto de mãos com Pahinian, que também é líder da oposição, e ambos conversaram por cerca de dez minutos.

A manifestantes, Nikol Pachinian disse que na conversa aceitou negociar com as autoridades. No entanto, afirmou ter insistido em que as negociações se concentrassem exclusivamente na saída de Serzh Sarkisian e que se celebrassem em “território neutro”.

Pachinian já tinha recusado neste sábado um chamado de Serzh Sarkisian a um “diálogo político”.

“Serzh Sarkisian não consegue avaliar a nova situação que se criou nos últimos dias […] A Armênia e a Erevan que ele conhece já não existem”, afirmou Pachinian na tarde de sábado diante dos manifestantes.

Armen Sarkisian, que fez seu juramento na semana passada e não tem parentesco com seu antecessor no cargo, Serzh Sarkisian, alvo dos protestos após ser designado primeiro-ministro, pediu em um comunicado que “todo mundo pare para refletir sobre as consequências deste confronto”.

Os manifestantes acusam Serzh Sarkisian de se agarrar ao poder. Milhares já foram às ruas protestar contra ele.

Após dez anos na Presidência, os deputados votaram nesta terça-feira a nomeação de Serzh Sarkisian como primeiro-ministro.

A Constituição armênia proíbe que o presidente faça mais que dois mandatos, mas Sarkisian mandou votar em 2015 uma controversa reforma para dar a maior parte dos poderes ao primeiro-ministro. A oposição condenou a reforma, temendo que Sarkisian se aproveitasse dela para continuar à frente do país.