A justiça francesa ratificou a decisão de negar a cidadania francesa a uma mulher argelina que não quis apertar a mão de um representante da prefeitura durante sua cerimônia de nacionalização, de acordo com uma decisão consultada pela AFP nesta quinta-feira (19).

O Conselho de Estado, o mais alto órgão administrativo francês, havia sido interpelado por essa mulher, casada com um francês desde 2010, que considerou como “abuso de poder” o decreto do primeiro-ministro, de abril de 2017, que lhe negou o naturalização.

Dez meses antes, em junho de 2016, a mulher argelina, recusou-se “expressamente” a cumprimentar o secretário-geral da prefeitura de Isère (leste da França) e um representante eleito de uma cidade daquele departamento durante a cerimônia de nacionalização francesa organizada na prefeitura.

Ela argumentou “convicções religiosas” para justificar sua atitude, que, segundo os serviços do governo, “impede que [a mulher] seja vista como assimilada à comunidade francesa”.

“Considerando tal comportamento, em um lugar e momento simbólicos, supôs uma falta de assimilação. Desta forma, o primeiro-ministro não aplicou de forma imprecisa” o Código Civil, considerou o Conselho de Estado em sua decisão, datada de 11 de abril.

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