O presidente americano, Donald Trump, afirmou que cinco localidades são cogitadas para uma reunião de cúpula com o dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, mas não revelou os nomes, o que gerou muitas especulações.

Confira abaixo algumas hipóteses para o encontro:

– Panmunjom –

A cidade em que foi assinado o armistício da guerra da Coreia (1950-1953), na zona desmilitarizada que divide a península, será o cenário na próxima semana de um encontro de cúpula entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.

Tem a vantagem de acesso facilitado para as duas partes e conta com medidas de segurança extremas. Mas os diplomatas minimizaram esta opção, ao mencionar um incidente de 1976 quando soldados norte-coreanos mataram dois oficiais americanos com machados.

O local é altamente simbólico para a separação das duas Coreias.

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– Pyongyang –

Um presidente americano desembarcando na pista do aeroporto de onde Kim supervisionou um lançamento de míssil há poucos meses seria algo espetacular.

Isto atenderia ao gosto teatral dos dois governantes, mas daria ao Norte uma liderança no processo e uma recompensa antes de qualquer resultado concreto.

– Seul –

A irmã do dirigente norte-coreano, Kim Yo-jong, já viajou para o Sul este ano, como representante para os Jogos Olímpicos de Inverno.

Uma viagem de Kim Jong-un ao Sul seria um símbolo forte, mas poderia provocar críticas dos sul-coreanos.

– Pequim –

Trump e Kim já visitaram recentemente a capital chinesa.

Mas organizar uma reunião de cúpula seria muito complicado. A China tomou partido na guerra da Coreia, suas tropas salvaram o avô de Kim, Kim Il-sung, da derrota. Também assinou o armistício de 1953.

Uma cúpula em Pequim, principal apoio diplomático e econômico de Pyongyang, daria ao presidente chinês, Xi Jinping, um peso muito importante. A China, que considera a Coreia do Norte um país sob sua influência, poderia reivindicar a paternidade de um eventual acordo.

As autoridades chinesas têm o hábito de impor medidas de segurança rígidas e limitar o acesso da imprensa aos acontecimentos internacionais, o que prejudicaria o caráter de espetáculo do evento.


– Ulan Bator –

A capital da Mongólia é a favorita dos analistas. A cidade tem ligação aérea e ferroviária com a Coreia do Norte. Tem relações com Pyongyang e com Washington.

O ex-presidente mongol Tsakhiagiin Elbegdorj viajou para o Norte em 2013. Quase 1.200 norte-coreanos trabalhavam na Mongólia até que as sanções da ONU no ano passado impediram a atividade.

Ulan Bator assinou vários acordos econômicos com Washington.

– Cingapura, Vietnã –

Alguns meios de comunicação citam a possibilidade de Cingapura, onde Xi Jinping se reuniu em 2015 com o ex-presidente taiwanês Ma Ying-jeou, o primeiro encontro de Pequim com Taipé desde a separação ao fim da guerra civil chinesa em 1949.

Também mencionam o Vietnã, como Estado comunista, mas com relações com os Estados Unidos.

– Suíça –

Kim não tem medo de aviões como seu pai e antecessor, Kim Jong-il, o que possibilita um encontro mais distante de seu país.

Nos anos 1990, ele estudou na Suíça com o irmão e com a irmã. Conhece o país, que adota uma política de neutralidade há vários séculos e onde existe uma embaixada da Coreia do Norte.

– Escandinávia –

Suécia e Finlândia receberam altos funcionários do governo da Coreia do Norte nos últimos meses. O ministro das Relações Exteriores, Ri Yong Ho, viajou para Estocolmo. Helsinque abrigou as negociações oficiosas entre especialistas americanos e delegados norte-coreanos, o que também aconteceu na Noruega no ano anterior.


Como representante dos interesses dos cidadãos americanos no Norte, a Suécia tem o hábito de atuar como mediador entre Pyongyang e Washington. Sua representação em Pyongyang se tornou em 1975 a primeira embaixada ocidental neste país.


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