Um tribunal de Myanmar negou nesta quarta-feira o recurso apresentado por dois jornalistas da Reuters detidos há quatro meses, quando cobriam a crise envolvendo a minoria rohingya.

“O tribunal decidiu rejeitar o recurso da defesa para libertar os acusados”, anunciou o juiz Ye Lwin durante a audiência celebrada em Rangum assistida por centenas de jornalistas e diplomatas.

“Após ter escutado os testemunhos, o tribunal avaliou que os relatos têm fundamento”, destacou o juiz, rebatendo os argumentos da defesa.

Wa Lone, 32 anos, e Kyaw Soe Oo, 27, são acusados pela polícia de possuir documentos relacionados às operações das forças de segurança no estado de Rakhain (oeste).

Os dois jornalistas foram denunciados por atentar contra os “segredos de Estado” durante suas investigações e correm o risco de ser condenados a até 14 anos de prisão.

Ao menos 700 mil muçulmanos rohingyas residentes no oeste de Myanmar fugiram para a vizinha Bangladesh a partir do final de agosto, em meio a uma operação do Exército birmanês qualificada de “limpeza étnica” pelas Nações Unidas.

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A advogada Amal Clooney, casada com o ator americano George Clooney, integra a equipe de defesa dos jornalistas, mas não estava presente na audiência desta quarta-feira.

O processo será retomado em de abril.

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