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O céu não é mais o limite. Em cinco anos uma pequena parcela da população, estimada em 40 mil pessoas, poderá bancar a viagem dos sonhos: um roteiro de três dias em uma luxuosa cápsula orbital. De suas janelas, a imensidão azul da Terra contrastando com o infinito negro do universo. Ao custo de US$ 4 milhões será possível comprar o bilhete que dará direito a ver o nascer e o pôr-do-sol 15 vezes ao dia. Esqueça todos os roteiros de turismo que existiu até hoje. Nada irá superar o ambicioso projeto da empresa espanhola Galactic Suites. US$ 4 milhões é o custo de cada bilhete que dará direito a três dias no hotel orbital. O número de hóspedes que irão disputar as passagens vendidas no site da Galactic será de 40 mil. 15 vezes ao dia os turistas poderão ver o nascer e o pôr-do-sol da janela de sua cápsula.

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O protótipo do hotel foi desenvolvido no estúdio de arquitetura Equip Claramunt, localizado em Barcelona, por uma equipe de engenheiros da Flórida. Cada quarto apelidado de Spaceresort fica em uma cápsula, formada por cinco módulos com aspecto de cacho de uvas. Os quartos têm sete metros de diâmetro e quatro metros de altura e não têm ângulos ou linhas retas. E o hóspede tem a opção de dormir, fazer suas refeições ou observar o espaço de qualquer ponto do quarto, bastando prender o velcro da roupa na parede. Isso mesmo, para vencer a falta de gravidade serão desenvolvidas roupas especiais em velcro para que os hóspedes andem colados às paredes, como o Homem-Aranha. “Na hora de tomar banho as pessoas poderão usar um spa onde haverá bolhas de água flutuando”, explicou Xavier Claramunt, dono da Galactic Suites. A viagem será feita num ônibus espacial que, ao chegar ao espaço, se acoplará ao hotel Galactic Suite, que sempre permanecerá em órbita ao redor da Terra. Em cada vôo viajarão seis pessoas, dois tripulantes e quatro turistas. Durante os três dias de estada no hotel orbital, o ônibus espacial permanecerá ancorado no módulo de chegada. Ao final do tour bastará arrumar a bagagem e pegar o vôo rumo à Terra. Simples assim. Das janelas, o azul da Terra em contraste com a massa escura do universo. No interior das cápsulas, conforto de hotel mil estrelas.

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“Abriremos as portas do primeiro resort fora da Terra em 2012, a mais de 450 quilômetros de distância da atmosfera. Tudo nele será diferente para superar o obstáculo da gravidade zero”, informou Claramunt. A experiência permitirá aos hóspedes a façanha de dar a volta ao mundo em 80 minutos. Viajar até lá para passar três dias longe de casa custará mais de três milhões de euros. “Um custo razoável para quem irá adormecer em meio às estrelas”, justifica. As reservas poderão ser feitas pela internet a partir de 2008 no próprio site da empresa.

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Na pesquisa encomendada pela Galactic estima-se que no ano 2012 haverá cerca de 40 mil pessoas com capacidade econômica para comprar um bilhete de US$ 4 milhões. Sem dúvidas um dos futuros hóspedes será o multimilionário Dennis Tito, famoso por ter sido o primeiro viajante espacial que voou como passageiro na nave russa Soyuz TM-32 até a estação espacial em 28 de abril de 2001, pagando US$ 20 milhões pela viagem. No pacote, a Galactic programou 18 semanas de preparação numa ilha tropical para treinamento do turista em sua experiência no espaço, num arquipélago para onde poderá levar sua família – que certamente ficará em terra babando de inveja. O orçamento global de todo o projeto chega a cerca de dois bilhões de euros, e inclui a compra das ilhas, as instalações do porto espacial, a compra das espaçonaves e a construção dos módulos do hotel. O tempo que o hotel levará para dar a volta ao mundo será de 80 minutos. 450 km é a distância que ficará o Galactic Suites da atmosfera terrestre, dando voltas em torno da Terra.

A cada semana serão programadas duas viagens. Poderão ser enviadas 350 pessoas ao ano. Mas, segundo calcula a empresa, se o projeto for bem recebido, não se descarta a idéia de instalar mais hotéis em outras órbitas. “Seria um sonho ter como vista os anéis de Saturno, ou a planície vermelha de Marte”, diz. Enquanto a tecnologia e a astronomia não avançam rumo à quebra de novas fronteiras, o homem terá de se contentar com o roteiro básico com vista para o Planeta Azul.