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Pode acreditar. Aquele cafezinho que você prepara religiosamente todas as manhãs saiu da rotina e se reinventou. Hoje, já não é um mero item de cesta básica. Os grãos produzidos de maneira artesanal e colhidos mediante inúmeros cuidados fizeram do produto uma verdadeira experiência gastronômica. E, com tantas nuances de sabor, até uma classificação nova foi criada: café gourmet. Os brasileiros aprovaram a nova cara do velho “pingado”, e não medem esforços em experimentar a diversificada gama de blends (mistura de grãos de diferentes origens) existentes no mercado. Cafeterias inspiradas nas famosas coffee houses americanas pipocam nas principais capitais. A Nespresso (da Nestlé) vende em São Paulo uma xícara de espresso a R$ 4. Outras lojas com preços similares, como a Suplicy Cafés e a Starbucks, viraram points badalados. “O brasileiro está começando a ver o café da mesma maneira que o vinho. Nota as diferenças de sabor e quer qualidade”, explica o barista Emílio Rodrigues, dono da Casa do Barista, no Rio de Janeiro.

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Mas a novidade é que as pessoas não querem degustar um bom café somente fora de casa. Se há tanta variedade de grãos no mercado, por que não fazer o seu próprio espresso? A italiana Saeco, principal fabricante mundial, vendia em 2004 cerca de 6.600 máquinas domésticas. Até o final de 2007 a estimativa é de 48 mil unidades vendidas. Seus concorrentes, como a Delonghi, a Gaggia, a própria Nespresso e a illycaffè também celebram. “O Brasil é o nosso principal mercado. O brasileiro está mais disposto a servir um café de qualidade excepcional”, conta João Zangrandi, presidente da Saeco no Brasil. A aposta na paixão nacional pelo café é tanta que a empresa abrirá sua primeira “cafeteria conceito” do mundo, a Coffeeling, aqui mesmo no País. Além dela, outra que deverá abrir suas portas no Brasil é a Espressamente, da illycaffè, em 2008. Tanta confiança das empresas em investir nesse mercado tem uma cifra de fundo: a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) estima que dentro de três anos o povo brasileiro será o maior consumidor de café do mundo. O prazer do cafezinho virou um tremendo negócio.