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Na quarta-feira 15, uma baleia-franca de 12 metros de comprimento concentrou a atenção dos banhistas na Barra da Tijuca, na altura do Posto 8, ao nadar a apenas 50 metros da arrebentação. A impressionante cena, no entanto, não é tão inusitada: as baleias são habituées da costa brasileira, que todo ano, entre julho e novembro, recebe as ilustres visitantes. No Nordeste, são as jubarte; no Sul e Sudeste, as francas austrais. A finalidade das duas diferentes espécies é a mesma: buscar águas mais quentes para acasalar, parir e amamentar os filhotes.

Prática ainda tímida por aqui, a observação de baleias é um negócio que movimentou mais de US$ 1 bilhão e atraiu mais de dez milhões de pessoas no mundo todo em 2006 – só na vizinha Argentina, foram 200 mil. Enrique Litman, vice-presidente do Instituto Baleia Franca, diz que o turismo especializado ajuda a salvar os maiores mamíferos do planeta. "Nos últimos 30 anos, as populações de baleias aumentaram nos mais de 80 países onde há a prática." O Brasil é um bom exemplo. Segunda espécie de baleias mais ameaçadas de extinção, as francas austrais desapareceram da nossa costa entre 1973 e 1980. No ano passado, pelo menos 200 foram avistadas no Sul do País. Já o Instituto Baleia Jubarte registrou o aparecimento de 1.350 baleias jubarte no litoral sul da Bahia.

As duas espécies são consideradas dóceis, podem ultrapassar os 15 metros de comprimento e pesar mais de 40 toneladas. Seus costumes são distintos. Enquanto as francas, costeiras, podem ser avistadas até da praia, para observar as jubartes é preciso ir mar adentro. Em 2006, o IBJ levou 3.207 pessoas em seus barcos, saindo da Praia do Forte (BA). "Tem gente que leva binóculo e nem usa, porque nessa época elas chegam muito perto mesmo", afirma Antônio Almeida, do hotel Vila Naiá, em Corumbau (BA). Como em todo turismo ambiental, no entanto, é necessário seguir uma série de regras para a própria proteção dos animais. A legislação brasileira proíbe as embarcações de chegarem a menos de 100 metros das baleias com o motor ligado. Também não é permitido ficar mais de 30 minutos próximo dos animais ou separar os grupos, muito menos as mães dos filhotes. A melhor época para a observação começou agora, na segunda quinzena de agosto, e vai até a primeira quinzena de outubro.

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ARARA TURÍSTICA
Menores do que as baleias, mas igualmente ameaçadas, as araras-azuis também podem ser observadas na natureza em passeios turísticos. No pantanal sul-matrogrossense, o Refúgio Ecológico Caiman, que abriga a base do Projeto Arara Azul, oferece aos hóspedes a chance de sair a campo com biólogos. Pode-se acompanhar do comportamento de casais ao monitoramento de ovos e filhotes. Desde 1990, o projeto acompanhou mais de cinco mil araras-azuis na região.