ROMA, 20 JAN (ANSA) – Um relatório publicado nesta segunda-feira (20) pela ONG britânica Oxfam denunciou que no ano de 2019, os 2.153 bilionários do mundo têm mais dinheiro do que 4,6 bilhões de pessoas somadas. O estudo também afirmou que a desigualdade global está “fora de controle”.   

Divulgado pouco antes do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o relatório “Tempo de Cuidar” também apontou que os 22 homens mais ricos do planeta possuem mais riqueza do que todas as mulheres na África. Além disso, o estudo apontou que o valor do trabalho não remunerado realizado por mulheres é de US$ 10,8 trilhões por ano. O relatório da Oxfam argumentou que a disparidade econômica é construída através da desigualdade de gênero. Um cálculo da instituição mostra que 42% das mulheres no mundo não conseguem um trabalho remunerado.   

“As mulheres estão apoiando a economia de mercado com mão de obra barata e gratuita e também estão ajudando o Estado prestando cuidados que devem ser feitos pelo setor público. Esse trabalho não remunerado está alimentando um sistema econômico sexista que retira muitos e coloca dinheiro nos bolsos de poucos”, afirma o relatório.   

Para diminuir a desigualdade, a instituição sugere que os governos façam os ricos pagarem impostos mais altos e que haja um maior gasto nos cuidados infantis e de saúde, como fornecer serviços públicos gratuitos.   

“Tanto o nível dramático de desigualdade econômica quanto a crise iminente de assistência podem ser enfrentados, mas serão necessários esforços conjuntos e decisões políticas ousadas para reparar os danos causados e criar sistemas econômicos que atendam a todos os cidadãos”, destacou o relatório.   

A Oxfam ainda revelou que o motivo da desigualdade global estar “fora de controle” é em decorrência de sistemas econômicos que excluem mulheres e permitem que os bilionários acumulem fortunas. A ONG também mostrou que se uma pessoa economizasse US$ 10 mil por dia desde a construção das pirâmides do Egito, ela ainda teria somente um quinto da fortuna média das cinco pessoas mais ricas do mundo.   

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A instituição revelou que a redução da desigualdade econômica poderia diminuir a quantidade de pessoas que vivem na pobreza extrema. A análise da Oxfam “mostra que se os países reduzissem a desigualdade de renda em 1% a cada ano, 100 milhões de pessoas a menos estariam vivendo em extrema pobreza até 2030”.(ANSA)


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