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CONTRA O TEMPO
Cena da produção americana “As Primeiras 48 Horas”: fatos reais

Há algo de novo nos programas policiais: o consagrado – mas cansativo – estilo radiofônico de narração e a lentidão na apresentação dos casos vêm sendo abandonados em favor de uma linguagem ágil e contemporânea. Inspirada nas séries americanas, na animação e até em videogames, a safra recente de atrações aposta na atualização de um gênero que sempre teve audiência – e, assim, conduz com tom menos dramático as emoções do “mundo cão”. Os lançamentos do canal a cabo A&E são exemplos disso. Este mês entrou em sua programação, nas noites das terças-feiras, as novas temporadas das produções estrangeiras “As Primeiras 48 Horas” e “Tratamento de Choque”, e estreou a série nacional “Até que a Morte nos Separe”, sobre recentes crimes passionais, como os casos envolvendo o goleiro Bruno e a jovem Eloá. A televisão aberta segue a mesma tendência com “Polícia 24 Horas”, da Band, que atinge uma média de dez pontos no ibope.

Além de abordarem fatos reais, essas atrações têm mais pontos em comum. As cenas fortes e gratuitas cederam lugar a um formato moderno, que usa gráficos digitais e estilo de narração típicos de seriados de ficção como “Law & Order” e “CSI”. “Polícia 24 Horas”, por exemplo, acompanha as missões da Polícia Militar paulistana com a utilização simultânea do mapa da cidade apontando a localização do suspeito, um recurso no melhor estilo do popular game Grand Theft Auto. Produtora-executiva responsável pela programação nacional do A&E, Krishna Mahon percebeu em pesquisas de mercado que no Brasil, ao contrário do restante da América Latina, a não ficção aliada a programas de crimes tem ótima aceitação: “Aqui, o número de mulheres que assistem a séries de crimes, medicina forense e não ficção é maior que o de homens”, diz ela.

Em “Até que a Morte nos Separe”, Krishna aposta no diálogo com a ficção e acredita que as dúvidas geradas no espectador quanto aos veredictos ajudam a prender a atenção. “As pessoas gostam de ficar envolvidas com os detalhes de legistas e de provas que não foram levadas em consideração no julgamento”, diz a produtora.

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