04/04/2012 - 18:34
A presidente Dilma Rousseff subiu o tom nesta quarta-feira (4) e aproveitou uma reunião com o Fórum Brasileiro sobre Mudanças Climáticas para rebater defensores de que a energia eólica deveria ser usada em substituição às hidrelétricas. Ambientalistas criticam obras como a da usina de Belo Monte chamando a presidente de desenvolvimentista. Para a presidente, esse tipo de sugestão "é fantasia".
"Temos a missão mais difícil que é propor um novo paradigma de crescimento que não pareça fantasioso. Ninguém aceita discutir a fantasia. Ela não tem espaço na fantasia. Eu não falo de utopia, falo de fantasia. Tenho que explicar como comer, ter acesso a água e como vão acessar a energia. Eu não posso falar: ‘é possível só com eólica iluminar o planeta’", disse a presidente.
Para a presidente, dizer que o desenvolvimento sustentável não pode causar nenhum impacto ao meio ambiente, é uma "discussão falsa de quem não tem projeto e não vai apresentar um caminho para o mundo".
"Para garantir energia de base renovável tem de ser hídrica, porque eólica não segura, né, Pinguelli?", disse Dilma, voltando-se para o presidente do Fórum, Luiz Pinguelli Rosa. A presidente aproveitou ainda para lembrar que soluções como energia eólica tem deficiência de estoque. No caso de hidrelétricas, é possível usar barragens para armazenar água.
"Não venta igual todo o horário do dia e não há como estocar vento", disse. Dilma citou um exemplo de uma vez que foi a Espanha e há oito meses não havia produção de energia eólica por falta de ventos. "Não é possível sobrar vento para produzir energia", disse.
Dilma foi ministra de Minas e Energia no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi na gestão dela que o governo federal desenvolveu o marco regulatório da energia. Para a presidente, a criticada usina de Belo Monte é estratégica para a produção de energia a longo prazo no País.
Belo Monte é o principal empreendimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na área de energia, com capacidade de geração de 11,2 mil megawatts (MW). O contrato de concessão valerá por 30 anos, com início de fornecimento a partir de 2015.