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PÚBLICO
Instalação da mostra de Escher, que atraiu mais de 500 mil visitantes ao CCBB do Rio

Berço de artistas do calibre de Tarsila do Amaral, Candido Portinari e Di Cavalcanti, o Brasil agora está formando um público consumidor de arte tão relevante quanto seus pintores e escultores. Pelo menos é isso o que demonstra o relatório divulgado pela revista americana “Art Newspaper” sobre a visitação das principais exposições do mundo em 2011. Para a surpresa de muitos, incluindo os próprios autores do levantamento, a mostra com a maior visitação média diária do planeta foi a brasileira “O Mundo Mágico de Escher”, que ficou em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, de 18 de janeiro a 27 de março do ano passado. Por dia, cerca de 9.600 pessoas conferiram as obras da mostra dedicada ao artista holandês M.C. Escher, famoso pelas ilustrações que recorrem a efeitos de ilusão de ótica. A mesma exposição também foi exibida em São Paulo, porém com uma audiência menor, de cerca de 4.800 visitantes diários. A adesão do público à mostra no CCBB Rio se torna mais impressionante quando comparada às médias de visitação de alguns dos principais museus do País. Em São Paulo, o Catavento, museu mais visitado da cidade em 2011, recebeu 1.200 pessoas por dia. Em 2010, o MAM (Museu de Arte Moderna) do Rio de Janeiro, teve apenas 200 visitantes diários.

O mérito da exposição de Escher, acredita Luciana Sepúlveda Köptcke, pesquisadora e especialista no estudo do público de museus, se deve à popularidade do artista, ao caráter lúdico e interativo das obras e a outros dois fatores: “O fato de a mostra ter ficado em cartaz no Rio no período das férias escolares e de a cidade ser um grande destino turístico, especialmente no verão, contribuíram”, diz Luciana. Para o gerente de programação do CCBB Rio, Francisco Raposo, esse sucesso também é reflexo do aumento no número de frequentadores de exposições no Brasil. “Com o fortalecimento de nossa economia, vemos uma difusão maior do consumo de cultura no País, que se reverte numa maior procura da população por centros culturais”, diz Raposo. O brasileiro está com mais apetite para a arte. 

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