A revista americana “Life” publicou na semana passada fotografias que permaneceram inéditas por 67 anos em seus arquivos. Mostram a condição de terra arrasada em que ficaram as cidades japonesas de Hiroshima (foto) e Nagasaki após o bombardeio atômico que sofreram dos EUA em agosto de 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial. A revista revelou também a carta que à época o fotógrafo Bernard Hoffman enviou ao seu editor, Wilson Hicks: “A vontade de querer chorar deve-se a essa nova e terrível arma que é a bomba atômica. Nada tem a ver com a morte de japoneses.” Voltando-se no tempo, compreende-se a frieza de Hoffman. Os japoneses eram então para os americanos o que são hoje os terroristas do 11 de Setembro – objetos de ódio por terem traído os EUA bombardeando a base naval de Pearl Harbor. Ao final da guerra não bastava aos EUA ser belicamente fortes – era preciso parecer belicamente fortes. Fica claro assim que bombardear o Japão seguiu uma estratégia militar e política. 


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