Maradona, um dos maiores jogadores de todos os tempos, sempre teve como amigas a bola e a polêmica. Quase morreu por causa das drogas, recuperou-se do vício com um tratamento em Cuba e, desde então, passou a admirar fortemente o comandante do país, Fidel Castro, e a criticar com a mesma intensidade o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Sua mais nova ação provocadora pode ser vista em cores na tevê: ele está vestindo a camisa da Seleção Brasileira e, mais ainda, bebendo o guaraná Antarctica. Sabe-se lá quanto ganhou para cometer essa “heresia”, mas o fato é que os argentinos terão que engolir – não só o guaraná, mas, principalmente, o seu ídolo maior, chamado por muitos hermanos de Dios, alinhado em campo ao lado de Ronaldo e Kaká antes de um jogo, com a amarelinha, cantando o Hino Nacional. No comercial de 30 segundos, a idéia é mostrar quanto a camisa da seleção de Parreira seduz a todos – junto com o guaraná. Tudo não passa de um sonho de Maradona no filme, inimaginável para esse herói da Argentina, mas adorável para muitos brasileiros. “Acho que estou tomando muito guaraná”, diz ele ao final do comercial.

Maradona vai brilhar na Copa mesmo sem entrar em campo. Estará na Alemanha como comentarista de uma emissora de tevê argentina e também foi “convocado” para se unir ao técnico argentino, José Pekerman, e motivar os jogadores. A idéia do presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Julio Grondona, tornou-se pública depois que o ex-técnico da seleção, Carlos Bilardo, alertou para a existência de divisões entre os jogadores. Maradona poderá ser secretário-técnico, mas a denominação do cargo é para inglês ver. Ele entra mesmo para suprir uma falha de Pekerman, fraco na arte da motivação. Maradona é nota 10 nessa categoria e vai animar não só a seleção argentina como os torcedores das equipes que passarão por lá.