Os alemães não estão medindo esforços para receber bem e impressionar os milhões de turistas esperados para a Copa do Mundo 2006. O mais recente e surpreendente símbolo dessa dedicação é o parque de diversões Europa Park, em Rust, no sudoeste do país, que tem como grande atração a maior bola de futebol do mundo. Trata-se de uma cópia milhares de vezes ampliada da peça a ser usada nos gramados durante o Mundial, inclusive com a marca e os desenhos do fabricante oficial, a Adidas. Mede 43 metros de altura e ocupa uma área de 5 mil metros quadrados, equivalente a dois terços do tamanho de um campo de futebol oficial. Seu espaço interno seria capaz de abrigar nada menos do que 8,5 milhões de bolas oficiais, quantidade 4,4 mil vezes maior do que as 2 mil reservadas para os 64 jogos da competição, entre os dias 9 de junho e 9 de julho.

Mas, no lugar das bolas oficiais, a imensa esfera do Europa Park de Rust vai abrigar mesmo turistas e alemães em busca de um bom filme para se divertir. Dentro dela está montado um cinema com tela de altíssima definição e cadeiras para mil pessoas. Para transformar o imenso globo do cinema numa bola de futebol, foi usada uma capa de poliester de seis toneladas, tratada com materiais especiais para impedir que as ligas e pontos de união apareçam de maneira acentuada. São caprichos possíveis para um parque que recebe 3,7 milhões de visitantes por ano e está em quarto lugar na lista dos dez mais importantes do mundo feita pela revista Forbes. O preço do ingresso para um dia custa US$ 25,50 euros (R$ 67,30) para criança. Adultos pagam 28,50 euros (R$ 75, 20). Os passes de dois dias custam 46 euros (R$ 121,40) e 51,50 euros (R$ 136). Crianças não pagam até os quatro anos ou no dia do aniversário, até os 12.

A bola gigante, a montanha russa e os recursos do Europa Park de Rust são alguns dos sintomas mais alegres da determinação alemã de usar a Copa para construir a imagem de um país moderno, produtivo e, acima de tudo, anfitrião e cordial. Não houve economia na busca do objetivo. Apenas a reforma das rodovias federais do país, tidas como as melhores do mundo, consumiu 3,7 bilhões de
euros (R$ 9,76 bilhões). Estradas municipais e estacionamentos receberam investimentos de 400 milhões de euros (R$ 1040 bilhão). Para reformar o transporte público, que pelos cálculos da Fifa deverá ser usado por pelo menos 50% dos torcedores na Copa, foram gastos mais 300 milhões de euros (R$ 792 milhões). “A Alemanha terá a chance única de se apresentar como um país vivo, novo, aberto ao mundo e capaz de receber bem”, resume o ministro do Interior, Otto Schily. Os alemães e os turistas agradecem.