A volta do estilo vintage no vestuário outono/inverno (leia-se: visual inspirado nos anos 50 e 60) traz às principais vitrines do País um adorno especial e pouco usado no calor dos trópicos: o chapéu. O acessório, que acompanha a história da moda desde o século X, se destaca não só pelo charme a mais na composição de uma roupa, mas também por sua utilidade. Pode tanto proteger do sol, durante o dia, quanto aplacar o vento frio que marca a chegada da noite. E agora, em versões mais modernas dos hits que marcaram o passado, ressurge cheio de aplicações e novas texturas. Neste inverno, estarão em alta principalmente as boinas, os chapéus de abas curtas e os de modelagem pequena, como aqueles usados nos anos dourados. “A releitura de tecidos como a lã, o veludo, o feltro e o tweed abriu um enorme leque de opções interessantes para quem tem vontade de experimentar o acessório”, afirma a consultora de moda Manu Carvalho. “Apesar de não ter sido destaque em coleções de passarela, ele está em alta”, conclui a especialista.

Para aficionados por chapéus, como a florista Helena Lunardelli, 31 anos, a moda é mais do que oportuna. Helena defende o uso do acessório para compor o look em diversas ocasiões. Para ela, são raras as situações em que o artigo não se encaixa. “Tenho versões mais extravagantes, apropriadas para festa, e também outras mais esportivas, para ir, por exemplo, buscar meu filho na escola”, conta a florista, que possui um arsenal em sua casa. Dona de uma beleza elegante e delicada, a paulistana Helena acredita que os chapéus são bons aliados na definição do estilo que se quer seguir. “Dependendo de qual escolho, posso me tornar superclássica, mais sexy ou mais menina”, resume. A naturalidade com que usa seus vários chapéus é um dos legados que seu avô italiano lhe deixou. “Ele não saía de casa se não estivesse usando um”, lembra.

No Brasil, a cultura do chapéu ainda não é tão disseminada quanto na Europa. Porém, a produção deles, inspirada no retorno do romantismo parisiense, é um grande aval para que a mania pegue. Marcas como Accessorize, Spezzato, Princess, Plas (do francês Maurice Plas) e até a esportiva Puma apostam em modelos contemporâneos que recuperam a Paris do pós-Segunda Guerra, considerada a época de renascimento da moda. De olho na tendência vintage, as grifes apostaram em chapéus delicados em tecidos quentes. E em tons invernais, versões variadas do vermelho, do roxo e do bordô, sem esquecer as cores sóbrias típicas da estação, como o preto, o branco e o cinza. Há modelos para homens e para mulheres. Basta ter estilo e personalidade.