img.jpg
LEGADO
O arquiteto tratava suas construções como esculturas

Embora estudado à exaustão, o mestre da arquitetura modernista mundial Charles-Édouard Jeanneret, conhecido como Le Corbusier, continua sendo uma das fontes mais ricas para os que buscam compreender a arquitetura do século XX. Para engrossar a já volumosa bibliografia sobre esse suíço naturalizado francês que morreu em 1965, dois pesquisadores da Universidade de Lausanne acabam de lançar um luxuoso livro com mais de 600 páginas e 1.350 fotos coloridas, boa parte inéditas, explorando a vida e o ofício do arquiteto entre 1940 e 1960. “Ele trata das obras mais recentes e essenciais de Le Corbusier, que, por alguma razão, são as menos estudadas”, diz Roberto Gargiani, pesquisador e professor de história da arquitetura na Universidade de Lausanne e um dos autores do livro, entitulado “Le Corbusier: Béton Brut and Ineffable Space” (“Le Corbusier: Béton Brut e o Espaço Inefável”, em tradução livre).

 

img1.jpg
JUNTOS
Sede da ONU feita em parceria com Oscar Niemeyer

No texto, estão detalhados projetos autorais importantes como o conjunto habitacional erguido na Espanha e edifícios na Índia. Também estão presentes cópias de cartas trocadas pelo autor com seus contratantes e funcionários que executavam as obras. “Ele tratava suas construções como esculturas”, diz Gargiani. As parcerias também estão lá, como a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, feita com o brasileiro Oscar Niemeyer. “Se houve alguém que influenciou a arquitetura brasileira no século XX, esse alguém foi Le Corbusier”, diz o arquiteto Ricardo Ohtake.