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Se há um lugar no País em que toda a base aliada do governo federal está unida em torno de um só candidato à prefeitura, esse lugar é a cidade do Rio de Janeiro. No total, a adesão pode chegar a 19 partidos, que incluem o PT, o PDT, o PP e até o PPS. O nome de consenso é o do prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição.

Ele também conta com a aprovação de 68% dos eleitores, segundo a última pesquisa do Ibope. Ou seja, não só é amplo favorito como tem tudo para liquidar a eleição no primeiro turno. Só uma tragédia política pode levá-lo à derrota. Não por acaso poucos ousam enfrentá-lo. Rodrigo Maia (DEM), Fernando Gabeira e Aspásia Camargo (ambos do PV), Marcelo Freixo (PSOL) e Otávio Leite (PSDB) são alguns dos adversários que já se declararam fora do páreo. “Não faz parte da tradição do Rio a eleição ser decidida já no primeiro turno, mas dada a aprovação do atual prefeito é muito difícil não resolver logo”, diz o professor Marcus Figueiredo, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UFRJ).

Aos 42 anos, Paes é um dos principaispolíticos da nova geração, apesar da confusa trajetória do passado. Hoje ele está mais próximo do que nunca do governo federal, mas foi um dos deputados do PSDB mais combativos na época do escândalo do mensalão, em 2005, quando chamou o presidente Lula de “chefe da quadrilha”. E essa súbita metamorfose não representou um fato isolado em sua trajetória política.

Antes de mudar-se para o PMDB, a convite do governador Sérgio Cabral, para disputar as eleições municipais em 2008, ele integrou os quadros do PV, PFL, PTB e PSDB. Tão logo trocou de sigla, Paes tratou de se desculpar publicamente com Lula e, assim, conseguiu construir uma comissão de frente imbatível na disputa carioca.

Os resultados mostram que Paes fez a escolha certa. Quando ganhou as eleições há quatro anos, ele publicou 40 decretos reorganizando a administração no primeiro dia de governo. De lá para cá, sextuplicou a capacidade de investimento da cidade. A robustez financeira do Rio é atestada pelos dois investment grades concedidos pelas agências de rating Moodys e Fitch, que equipara a avaliação de risco da cidade à da União e de empresas como Petrobras e Banco do Brasil.

Para completar, o Rio ganhou a disputa para sediar a Olimpíada de 2016 e é um dos palcos dos jogos da Copa de 2014. Atualmente, a cidade é um canteiro de obras a céu aberto. As despesas com infraestrutura chegam a 17,9% do Orçamento da prefeitura, percentual superior ao da cidade de São Paulo (9,5%) e do Estado de Minas Gerais (6%), segundo dados comparativos da Secretaria Municipal de Fazenda do Rio. Se os ventos continuarem soprando a favor, realmente ficará difícil encará-lo. 

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