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Poucas situações são mais constrangedoras do que perceber um certo mau hálito pouco antes de um encontro com o namorado ou de uma entrevista de emprego – e não ter como resolver o problema naquele momento. Cientistas da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, prometem acabar com o embaraço. Eles criaram um teste rápido, pequeno e portátil, capaz de indicar o odor desagradável a tempo de o indivíduo tomar uma providência.

Convenientemente, o teste foi batizado de OkayToKiss (pronto para beijar, em inglês). Ele identifica a presença de bactérias que hoje se sabe são importantes na engrenagem que gera o gás enxofre, o principal responsável pelo mau odor. Até pouco tempo atrás, imaginavase que apenas as bactérias gramnegativas presentes na língua participassem da quebra das proteínas dos alimentos, levando à fabricação do gás. Mas os cientistas Mel Rosenberg e Nir Sterer descobriram que as gram-positivas também tomavam parte nesse processo.

A partir de uma amostra de saliva depositada em um coletor, o OkayToKiss verifica a presença e a atividade dessas bactérias. Se a saliva ficar azul, significa que elas estão em quantidade e força suficientes para produzir o mau cheiro. O resultado aparece de cinco a dez minutos depois. "Ele permitirá à pessoa ter uma indicação mais precisa de seu hálito em alguns minutos, em qualquer lugar e a qualquer hora", disse à ISTOÉ Rosenberg, um dos criadores do teste.

O cientista acredita que a novidade pode estar disponível em um ano. Ela terá o tamanho de uma cartela de chicletes. No Brasil, onde cerca de 50 milhões de indivíduos sofrem com mau hálito, o teste é aguardado com expectativa. "Se for mesmo eficaz, será um bom método auxiliar", afirma Daiane da Rocha, presidente da Associação Brasileira de Halitose. "Dará mais segurança aos pacientes."