Confira, em vídeo, trechos da história do clã na televisão, no cinema e no teatro:

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NA CASA DOS ADDAMS
Marisa Orth e Daniel Boaventura (no centro) encabeçam o
elenco da história que já teve versão na tevê e no cinema

Aprova de que os musicais, especialmente os sucessos da Broadway, encontraram um bom terreno nos palcos nacionais é a estreia na sexta-feira 2, em São Paulo, da versão brasileira de “A Família Addams”, com Marisa Orth e Daniel Boaventura. A dupla interpreta, respectivamente, os personagens de Mortícia e Gomez, o casal à frente de um clã de gostos macabros que tanto sucesso fez na televisão e no cinema. Sem medo de arriscar, a produção liderada pela megaempresa de entretenimento Time For Fun investiu R$ 25 milhões no espetáculo, a primeira versão montada fora dos EUA. É motivo suficiente para toda a equipe deixar as risadas por conta da plateia e tratar cada detalhe com muita seriedade. Isso inclui trabalhos diários ininterruptos de oito horas, seis dias por semana. Na preparação e ensaios, nem o feriado de Carnaval escapou. Vinte profissionais vieram diretamente de Nova York para inspecionar cada passo dos brasileiros na adaptação da aventura criada para os quadrinhos pelo cartunista Charles Addams, na década de 1930. “Sermos a primeira montagem fora da Broadway demonstra uma confiança não só no mercado, mas também nos profissionais brasileiros. E isso se aplica a todos, desde os técnicos até a orquestra de nível internacional”, diz Boaventura.

De um modo geral, sempre que se monta musicais no Brasil, opta-se por espetáculos consolidados, como “O Fantasma da Ópera” e “Miss Saigon”. Não é o caso de “A Família Addams”, há apenas dois anos em cartaz nos EUA. A produção carrega ainda um histórico curioso: suas primeiras apresentações não foram bem recebidas pelo público e nem sequer pela crítica.

O jornalista Ben Brantley, do jornal “The New York Times”, por exemplo, escreveu que assistir ao espetáculo era como “ir a uma festa de Halloween vestindo uma camisa de força ou uma armadura apertada”. Foi o suficiente para que os diretores revisassem o texto original. Mais enxuto (tinha duração de duas horas e meia), o musical deu a volta por cima e faturou US$ 64 milhões desde então.

A versão que os brasileiros verão a partir da próxima semana é essa – e foi escrita especialmente para os palcos. O enredo conta os preparativos dos Addams para receber os pais do namorado de Wandinha (Laura Lobo).

O choque de culturas entre os dois clãs – e suas semelhanças – é um tempero a mais na história. “Duas famílias completamente diferentes são retratadas, a tradicional e a fora do comum. Mas ao longo do espetáculo você percebe que as dificuldades vividas por elas são muito semelhantes”, diz Boaventura. Tanto ele quanto Marisa assistiram à versão original do espetáculo. Mas não caíram na sedução de ter alguém como modelo. “Grandes nomes já interpretaram Gomez. Se eu fosse imitá-los, estava ferrado”, afirma o ator. Outro desafio do par principal vai ser cantar e dançar enfiados em trajes de gala: ele de colarinho apertado, ela de vestido longo e colado. Se depender do cuidado e empenho na produção, não vai haver saia justa. Nem morcegos voando sobre a plateia.

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