23/02/2012 - 11:24
Centenas de argentinos passaram a madrugada desta quinta-feira (23) percorrendo hospitais e o necrotério de Buenos Aires. Desesperados, buscavam parentes e amigos entre as vítimas de um dos piores acidentes de trem no país desde 1970. O governo decretou dois dias de luto. Até esta quinta, o número de mortos chegava a 50 e o de feridos a 675.
O acidente ocorreu às 8h34 de quarta-feira (22). Um trem, com 2 mil passageiros, chegava à estação do bairro Once – um dos mais populares e comerciais de Buenos Aires. Era horário de pico, quando todos vão trabalhar. O trem foi reduzindo a velocidade, até alcançar 26 quilômetros por hora. Mas, para surpresa de todos, não parou. Bateu na barreira da plataforma, matando dezenas de pessoas e ferindo centenas.
Alfredo Bras estava na plataforma na hora do acidente. Em entrevista à Agência Brasil, ele contou que viu o trem chegar e percebeu que ele não conseguia reduzir a velocidade. “Gritei: o trem não está freando! Saiam daí, saiam daí! Todos pensavam que eu tinha enlouquecido”. Alfredo pulou para trás e sentiu o impacto da batida. Viu duas mulheres batendo nas janelas do trem, desesperadas. Chutou o vidro e conseguiu resgatá-las. “Mas vi que duas pessoas, atrás delas, estavam mortas”, disse. Dos 676 feridos, 200 estão em estado grave. Os vídeos das câmeras de segurança da estação mostram o trem saindo dos trilhos e uma explosão. Os vagões de trás se chocaram com os da frente.