2238071-6305-rec.jpg

O prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, disse nesta quarta-feira (22) que, caso seja comprovada a ligação de um dirigente de escola de samba com o incidente ocorrido na apuração, a prefeitura cortada a verba pública para a agremiação. "Se a escola estiver envolvida, a prefeitura será implacável com a escola e com a Liga", afirmou durante entrevista coletiva no sambódromo do Anhembi.

Kassab disse primeiramente que a punição seria direto para a Liga com o corte da verba pública, caso a entidade não afastasse a escola envolvida. "A prefeitura tem o direito de fazer a exigência ao dar recurso público. A Liga aceita ou não. A prefeitura não colocará recursos em uma entidade com escola envolvida no incidente de ontem. A prefeitura pode se afastar da Liga se não houver punição às escolas", disse. 

Apesar de Kassab se referir à Liga das Escolas de Samba, o presidente da SPTuris, Marcelo Rehder, esclareceu que o repasse de cerca 700 mil reais é feito direto para as escolas. "Se for comprovado que um dirigente de escola está envolvido podemos suspender a verba em até dois anos". Rehder afirmou que a punição será feita diretamente a escola envolvida. Para este Carnaval, o investimento da prefeitura foi de R$ 23 mi. 

O prefeito afirmou que houve falhas na segurança e na organização do evento, como credenciamento dos dirigentes e disposição das mesas. "O sambódromo não foi o problema", disse. No entranto, ele pediu para a SPTuris se reunir a Liga para que seja discutida pontos do contrato, assinado anualmente. "Vamos fazer um, aperfeiçoamento no contrato com a liga, para incidentes assim não se repitam". 

Kassab afirmou que a segurança no desfile das campeãs, e para o Carnaval de 2013, será de responsabilidade da prefeitura. "Há muitos anos existe um diálogo com a Liga em relação à segurança, Vamos fazer alterações e o local da apuração e a segurança serão definidos pela prefeitura". Kassab disse que a prefeitura faz a segurança externa do sambódromo apenas. "No local da apuração e do desfile, a responsabilidade era da Liga", afirmou. 

Entenda o caso

Uma confusão promovida por integrantes de escolas de samba interrompeu a apuração do Carnaval de São Paulo nesta terça-feira (21). Faltando apenas uma nota dez para assegurar o título para a Mocidade Alegre, Tiago Ciro Tadeu Faria, 29 anos, integrante da Império de Casa Verde, invadiu a área de apuração, tomou o último envelope das mãos do leitor e o rasgou.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), anunciou a detenção do principal responsável por todo o tumulto. Caue Santos Pereira, 20 anos, integrante da Gaviões da Fiel, também foi detido, este por atirar objetos. De acordo com o major da Polícia Militar de São Paulo, Alexandre Gaspariano, cinco integrantes de escolas de samba foram detidos. 
 
Com isso, a confusão se tornou generalizada e a leitura das notas foi interrompida. Até este ponto, a Mocidade Alegre liderava a apuração com um total de 160 pontos. Solange Bichara, presidente da agremiação, evitou considerar a escola campeã do Carnaval de 2012. "Não posso me considerar campeã por algo que não aconteceu", afirmou. 
 
Uma reunião extraordinária entre a Liga das Escolas de Samba e os diretores das agremiações foi montada para decidir o desfecho do Carnaval 2012. 
 
O tumulto se espalhou no entorno do Sambódromo. Torcedores foram vistos chutando os portões próximos à área da dispersão. Pouco depois, um carro alegórico da Pérola Negra foi incendiado por um grupo ainda não identificado. A alegoria tinha estrutura toda de palha, representando um índio gigante, e foi totalmente destruída pelo fogo.