Quem passa no fim de tarde pela praia do Leblon, no Rio de Janeiro, se sente em um set de filme de ação. Um grupo de gente animada e em forma escolheu o lugar para usar a resistência oferecida por pára-quedas – isso mesmo, pára-quedas – e turbinar uma corrida na areia fofa. As cenas lembram produções hollywoodianas nas quais os mocinhos pulam do avião para salvar alguma beldade. Perto dali, com o Pão de Açúcar ao fundo, se exercita a turma da canoa polinésia. São seis pessoas num barco de 14 metros, que se ocupam em marcar o ritmo, dar força nas remadas e seguir uma direção. Esses recortes do cenário carioca representam uma tendência forte da atividade física: a de aproveitar qualquer chance para realizar exercícios fora dos limites das academias. A mania tem crescido por aqui, depois de fazer sucesso nos Estados Unidos, onde foi batizada de outdoors (em ambiente aberto). Por todo o País, as academias investem nessa modalidade que acaba se configurando como um bom diferencial para esses estabelecimentos. Em maio, a Velox, do Rio, realizará o programa Morando nas Nuvens. Levará equipamentos e alunos para fazer spinning (pedaladas vigorosas em bicicletas fixas) com vista para a enseada de Botafogo. Imagine queimar 600 calorias diante dessa paisagem! Mas isso não quer dizer que não haja adeptos nos centros urbanos distantes da orla marítima. Em São Paulo, por exemplo, a Fórmula iniciará em breve aulas externas de corrida e de ioga para seus alunos. Ainda na capital paulista, a Reebok Sports Club já oferece com sucesso treinamento ao ar livre para os corredores. Os alunos fazem o aquecimento na academia e seguem em grupo até o Parque do Ibirapuera, o mais famoso da cidade. De lá, voltam para a academia, onde fazem o alongamento final. Com todas as atividades, queimam em torno de 700 calorias em uma hora. Renato Velasco Canoa: 300 calorias, 100 a mais do que uma hora de musculação O sucesso desse gênero de atividade se deve principalmente ao fato de tornar a malhação algo mais divertido e menos monótono do que o quase sempre tedioso esquema esteira/musculação das academias. Por isso, a variedade de opções é cada vez maior. Algumas são sazonais. É o caso da ioga na praia, interrompida durante o inverno devido à dificuldade em fazer movimentos lentíssimos sob temperaturas baixas. A maioria, porém, pode ser praticada o ano inteiro, com garantia de alta queima calórica. Um exemplo é a aula com o pára-quedas, mais direcionada para os membros inferiores e abdome, sem falar no aumento do fôlego e fortalecimento geral da musculatura. Em uma hora, os praticantes garantem a eliminação de até 500 calorias. Esse, aliás, foi um dos motivos que levaram a matemática Lídia Haruko, 43 anos, a experimentar a novidade no Leblon. “É mais gostoso do que malhar com peso”, garante. A idéia dessa aula foi dos coordenadores da A!Body Tech, uma academia badalada na cidade. “Ela aumenta muito a resistência porque provoca um grande fortalecimento muscular”, explica o professor Bernardo Rossi. Os que preferem a canoa polinésia, programa da academia Velox, também festejam melhoras no contorno corporal e a queima de até 300 calorias em duas horas, durante o exaustivo – e belo – percurso da Praia Vermelha ao Arpoador. O esforço enrijece costas, braços, glúteos e abdome. Até atividades convencionais, como corrida e bicicleta, ganham mais encanto quando o pacote inclui um cenário especial. A cada 15 dias, um grupo de 40 a 50 pessoas se dirige à Estrada das Paineiras, próxima ao Cristo Redentor, para fazer caminhadas ou correr 30 quilômetros, um treinamento para maratonas. Um esforço que, em 50 minutos, elimina até 600 calorias. Com a beleza do lugar, malhar assim fica até mais fácil.


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