Na década de 1950, a atriz francesa Brigitte Bardot realizou 17 filmes em apenas cinco anos, entre eles “E Deus Criou a Mulher” (1956), dirigido por seu então marido, Roger Vadim. Foi aí que ela arrebatou todas as atenções do público – tanto europeu quanto americano –, sendo alçada à fama por sua beleza, talento e rebeldia.

O escândalo de sua personagem no filme que exibia sem pudor a sua nudez (ao lado do jovem galã francês Jean-Louis Trintignant) correu o mundo e Bardot virou símbolo sexual e celebridade instantânea – guardadas as devidas proporções que se impõem pelo abismo tecnológico que nos separa daquela época.

No batalhão de fotógrafos que se aglomeravam nas filmagens para retratá-la, um conquistou sua simpatia e tornou-seamigo pessoal: o italiano Marcello Geppetti. Pertencem ao acervo desse fotógrafo, que foi um dos primeiros paparazzi, falecido em 1988, as duas dezenas de imagens de Bardot que estarão expostas a partir da terça-feira 8 na galeria Lourdina Jean Rabieh, em São Paulo. A mostra marca os 75 anos de Brigitte.

Entre as fotos reunidas, há uma que retrata a atriz vestindo biquíni e de topless à beira de uma piscina (imagem consentida por La Bardot). Isso no início da década de 1960, quando o mais ousado que se admitia eram as curvas da americana Marilyn Monroe estampadas num comportado maiô em revistas ilustradas.

Bardot se tornou uma das mulheres mais admiradas e desejadas da França e (registra a lenda machista em torno do mito) figura mais importante para a balança comercial do país que as exportações da indústria automobilística.

Em menos de uma década de sucesso, ela já encarnava a diva perseguida pela imprensa e que se deprimia pela falta de privacidade – interpretou o papel com propriedade em sua primeira parceria com o cineasta Louis Malle, no clássico “Vida Privada”, ao lado de Marcello Mastroianni. Os primórdios de sua fama e deslumbramento foram legados à posteridade pelas lentes de Geppetti, autor do clique que captou a expressão satisfeita de Bardot ao sentir o sabor do sucesso no Festival de Cannes, em 1953 – encanto que tem preço: as imagens estão à venda e podem custar, cada uma, R$ 14 mil.
 

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