No dia 20 de junho de 1908, a dona de casa alemã Melitta Bentz entregou o pedido de registro de patente do porta-filtro e o respectivo coador de café descartável.
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Até então, só se conhecia o coador de pano.Melitta Bentz entrou para a história como inventora do revolucionário método de fazer café usando um coador descartável. Em pouco tempo, a empresa que recebeu seu nome conquistou fama internacional.
O café tornou-se conhecido na Europa no século 17. Para prepará-lo, despejava-se água quente (cozida durante cinco minutos) sobre pó de café, colocado num recipiente com furos. Na virada dos séculos 19 para 20, usavam-se filtros de cerâmica ou de metal, mas estes frequentemente tinham furos muito grandes ou muito pequenos. Também havia os coadores de pano, mas estes eram considerados anti-higiênicos.
Lata e mata-borrão
Aborrecida com a borra no fundo da xícara e o sabor amargo do café, Melitta Bentz começou a experimentar em casa. Aos 34 anos de idade, munida de martelo e pregos, fez pequenos furos no fundo de uma lata, sobre os quais colocou um pedaço de mata-borrão do caderno de seu filho.
Ainda insatisfeitos com o resultado final, ela e o marido, Hugo Bentz (1873–1946), continuaram experimentando com outros tipos de papel, para que o líquido escorresse mais rápido. Além disso, aperfeiçoaram o recipiente que sustentava o filtro.
O resultado a agradou tanto que, em 20 de junho de 1908, ela apresentou o pedido de patente em Berlim. O registro de proteção foi oficializado em 8 de julho de 1908, na patente de número 347895.
Alguns meses depois, no dia 15 de dezembro, foi registrada a firma M. Bentz, em Dresden, com sede no próprio apartamento da família. A produção dos primeiros filtros ainda foi manual, mas logo seria terceirizada. Hugo Bentz deixou o emprego numa loja e dedicou-se à empresa da família.
Mudança para sede própria
Os dois filhos, Horst e Willi, faziam as entregas dos filtros e suportes de coador no comércio. Em 1915, a empresa, então já com 15 funcionários, passou para uma nova sede, dispondo de uma área de 200 metros quadrados reservados à produção.
Além de filtros de alumínio, em 1919 Melitta passou a fornecer também filtros de porcelana e de cerâmica fabricados por terceiros. Até meados dos anos 1920, haviam sido fabricados 100 mil filtros.
Para proteger-se de cópias, a partir de 1925 os pacotes de filtros passaram a ter as típicas cores dos produtos Melitta: verde e vermelho.
Em 1927, a fábrica mudou-se para Minden, na Baixa Saxônia, e dez anos mais tarde os filtros Melitta assumiram a forma que mantêm ainda hoje. Desde esta época, o corpo dos filtros tem a forma de “V”, com os coadores correspondentes. Assim, o aroma pode expandir-se, sem a liberação excessiva de substâncias amargas.
Melitta Bentz nasceu em Dresden, em 31 de janeiro de 1873 como Amalie Auguste Melitta Liebscher, e faleceu em 29 de junho de 1950, aos 77 anos, em Holzhausen/Porta Westfalica, na Baixa Saxônia. (rw)