Assista ao vídeo e saiba mais sobre a modalidade :

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CRIATIVIDADE
Britto (acima) ensina aos alunos a atividade do dia. A aluna
Caty (abaixo) se diverte com as propostas inusitadas do treinador

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Achar modalidades mais criativas é uma preocupação constante na vida de quem está acostumado a malhar e precisa se manter motivado. Em algum momento, a atividade escolhida perde a graça e é preciso encontrar algo diferente. A mais recente inovação nessa área é o CrossFit, uma ginástica elaborada com base nos treinamentos do Exército e da Marinha dos Estados Unidos e de atletas olímpicos. No Brasil, o número de adeptos cresce e surgem academias especializadas na modalidade.

Um dos segredos da popularidade que o CrossFit está alcançando é o elemento surpresa. Nada de aparelhos ou séries fixas de exercícios. “O aluno sempre chega à aula sem saber o que vai acontecer”, explica o professor carioca Andrei Britto, 31 anos, coordenador da academia CrossFit Leblon. A diversão já começa na escolha do local, pois as atividades tanto podem acontecer na própria academia como ao ar livre, em casa e até na praia. O roteiro das aulas também muda a cada encontro. Plantar bananeira, correr na praia, saltar degraus, escalar e pular corda são alguns dos 300 exercícios que compõem o repertório de possibilidades do método. Eles serão selecionados de acordo com o preparo físico do aluno, que determina também a intensidade da aula. “Os exercícios podem até ser os mesmos para todas as faixas etárias, porém, com carga diferenciada”, explica o professor Britto.

Foi esse aspecto lúdico que atraiu o designer carioca Ricardo Prema, 32 anos, de Manaus, no Amazonas. “É como se fosse uma brincadeira com os amigos. Nada é mecânico”, diz. Ele treina entre três e quatro vezes por semana em uma praça da cidade e conta que é comum ser parado por crianças que, curiosas, querem participar da atividade. “Elas pedem para brincar também. Já me chamaram de super-herói em razão dos movimentos que faço”, diverte-se. Por causa do dinamismo impresso às aulas, não há como calcular a queima de calorias. Mas essa não é a meta principal de quem opta pela modalidade. O que os seus adeptos mais desejam é ganhar força e resistência. Nadador há três anos, o carioca Gian Filippo, 28 anos, recorreu a essa atividade justamente com o objetivo de equilibrar a rotina de exercícios e ganhar mais massa muscular. Com a prática, percebeu uma melhora até no desempenho na natação. “Estava um pouco estagnado e consegui evoluir”, diz Fillipo.

Por causa da inspiração militar, o esforço e o estímulo à superação aos praticantes do CrossFit são potentes. Foi isso o que atraiu a fisioterapeuta carioca Caty Milene Oliveira, 28 anos. Ela já praticava pilates e musculação, mas arrumou espaço na agenda para o CrossFit. “São exercícios simples, mas que exigem do corpo o que é preciso e com intensidade”, diz Caty, que chegou a carregar um colega nas costas durante uma caminhada na praia. Entretanto, ainda que os praticantes insistam que a modalidade não tem contraindicações, é necessário que o aluno e seu instrutor realmente prestem muita atenção aos limites do corpo. “Deve-se introduzir o treinamento de maneira lenta e progressiva. No caso de qualquer deficiência ou dificuldade, também é importante estar alerta para adaptar o treino às condições de cada um”, diz o médico paulistano Arnaldo José Hernandez, 56 anos, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.

Os fãs do CrossFit também consideram-no a atividade completa. “Conseguimos aperfeiçoar diversas capacidades físicas, sem dar preferência a uma ou a outra, e trabalhar as várias funções do corpo”, afirma Joel Fridman, 36 anos, coordenador-técnico da academia paulistana CrossFit Brasil. Na visão do especialista Hernandez, porém, é aconselhável unir o CrossFit a outro esporte ou ginástica. “Pode ser uma corrida mais longa, natação ou ginástica localizada. A lógica de compor as qualidades treináveis do corpo, tais como força, agilidade e coordenação, de maneira equilibrada deve estar sempre presente”, diz o médico. 

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