A natureza inaugurou na semana passada aquela que promete ser a mais espetacular temporada de tempestades solares – e foi graças a ela que, a olho nu, os habitantes do Hemisfério Norte puderam observar o seu maior efeito plástico: uma sequência de auroras boreais como não se via nos últimos dez anos. A tempestade solar, em si, só pode ser acompanhada por meio de telescópios, e é nesse ponto, no qual entra a ciência, que a beleza a tingir o céu para os leigos torna-se bem menos romântica para pesquisadores e astrônomos – ou seja, ela também traz sérias consequências práticas. Observatórios de todo o mundo ainda trabalham em seus relatórios, mas já se sabe que a tempestade forçou a alteração de rotas de aviões como as que unem os EUA à Ásia e à Europa através do Ártico, e fez flutuar frequências de rádio, sistemas operados por satélites (a exemplo de GPS) e redes elétricas.