Confira, em vídeo, trechos de alguns clássicos e suas musas :

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ESCÂNDALO
Brigitte Bardot pediu ao amante Serge Gainsbourg uma música: ele fez “Je T’aime”

Não existe nenhuma estatística a respeito, mas é sabido que a maior parte das canções fala de amor e que, dessa parcela, não são poucas aquelas cujos versos são endereçados a mulheres. Trata-se de uma tradição que remonta à origem da poesia e da própria música popular – as pessoas encaram esse fato com tanta naturalidade que nunca questionaram quem são as Diana, Michelle, Angie, Carol e outras beldades cantadas em estrofes e rimas. Agora o livro “Músicas e Musas”, dos autores ingleses Michael Heatley e Frank Hopkinson, revela a inspiração de 50 das mais conhecidas canções do mundo e desnuda bastidores movidos a confissões, acessos de ciúmes, traições e até rompimentos raivosos. O que era cifrado ganha dedicatória pública.

Entre as baladas mais escandalosas já feitas, “Je T’aime (Moi non Plus)” é conhecida na voz do cantor Serge Gainsbourg e de sua mulher, a atriz e cantora Jane Birkin. Sempre foi vista como uma voluptuosa declaração de amor mútuo. Na verdade, a musa dos versos era outra: a atriz Brigitte Bardot, então casada com o industrial alemão Gunther Sachs. Ele ficou tão furioso ao ouvir o dueto registrado por ela com Gainsbourg que mandou tirá-lo de circulação – no que foi apoiado pelo Vaticano e pela dona da gravadora Philips, a rainha Juliana da Holanda. Outro recado amoroso em forma de canção que acabou com um casamento foi o de Eric Clapton para a modelo Pattie Boyd, a primeira mulher do ex-beatle George Harrison. Clapton fez para ela o blues “Layla”, baseado no relato persa de um relacionamento adúltero, mas não conseguiu conter o impulso de tornar público o romance. Numa festa em Londres, encontrou o amigo Harrison e contou tudo à queima-roupa. Já casado com Pattie, passou a chamar o ex-beatle de “husband-in-law” (marido cunhado).

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BELEZA NO ROCK
Mick Jagger fez para Marianne Faithfull “Let’s Spend The Night Together”

Músicas são boas por si próprias, independentemente do contexto em que foram compostas. Algumas, contudo, perdem um pouco do brilho ao terem os bastidores revelados. É o caso de “Every Breath You Take”, do Police, cuja letra, aparentemente sobre um homem cego de paixão, mostra na realidade a tirania conjugal de Sting sobre a mulher Frances Tomelty. O ciúme do músico era tão intenso que inspirou o refrão: “A cada respiro seu/ A cada passo seu/ Estarei de olho em você.” Não menos cruel foi o relacionamento que esteve na origem do rock “Under My Thumbs”, criado por Mick Jagger para a namorada da época, a modelo Chrissie Shrimpton, chamada por ele de “cão indomável”. O romance terminou com a tentativa de suicídio da modelo, abandonada pelo roqueiro no dia de Natal. Nessa época, ele já fazia sucesso com “Let’s Spend the Night Together”, homenagem à nova conquista, a cantora Marianne Faithfull.

Jagger é o maior colecionador de musas do livro e, na falta de inspiração, chegou a roubar uma música do parceiro Ron Wood, verdadeiro ­autor da melodia de “Hey Negrita”, para colocar a mulher Bianca Jagger no pedestal. Mas nem tudo são baixarias no livro. Os casos mais cor-de-rosa também estão lá, a exemplo de “Sweetest Thing”, presente de Bono para a sua mulher Ali Stewart – a canção foi feita como um pedido de perdão do cantor por ter se esquecido do aniversário dela. Outro caso de reconciliação: “The Prettiest Star”, que David Bowie fez para Angie e tocou para ela ouvir numa ligação internacional para o Chipre, onde a sua então namorada se refugiou depois de uma briga.

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