Uma barra de cereais, uma maçã, uma caixinha de suco e um sanduíche de queijo. O kit pode ser boa alternativa de refeição para quem escolhe passar uma temporada no Pantanal. Outra opção é pedir de entrada um velouté (creme) de piranha e, como prato principal, uma perdiz recheada com paçoca de banana ou um jacaré na brasa com palmito assado. Essa sofisticação será privilégio de quem adquirir um dos pacotes turísticos oferecidos por uma empresa de São Paulo. Nessas expedições, o cliente, além de descansar, conhecerá a culinária de cada lugar, interpretada por dois respeitados profissionais da gastronomia no País. Serão roteiros de quatro dias. Em todos eles, o viajante terá a companhia de Laurent Suaudeau, chef francês radicado no Brasil, que irá preparar os pratos. Os vinhos para a escolta serão escolhidos e servidos pelo sommelier Gianni Tartari, da Enoteca Fasano. “A idéia de luxo é hoje associada a experiências que não se repetem. Provar uma lagosta preparada pelo Laurent à beira do mar vale mais do que se hospedar em um cinco-estrelas, onde o tratamento é padronizado”, diz Martin Frakenberg, diretor da operadora Matueté, criadora do serviço.

Unir cenários deslumbrantes ao prazer da alta gastronomia custará entre R$ 5,5 mil e R$ 6,9 mil por pessoa. A primeira viagem será para o Pantanal, no final de abril. Em junho e agosto, haverá duas saídas para Angra dos Reis, no litoral fluminense, com destaque para o creme de ouriço e o camarão caiçara. Em setembro, os banquetes serão servidos na Amazônia, entre pirarucus e tambaquis, e, em novembro, em Corumbau, no sul da Bahia, com direito a robalo grelhado com creme de aipim ao molho de maracujá e camarão seco.

O projeto começou a ser esboçado no ano passado, quando Laurent acompanhou uma família mexicana em viagem pelo rio Negro. Uma noite, o chef foi intimado a trocar a cozinha do barco por uma praia deserta e acabou preparando um charmoso jantar à luz de velas no meio da floresta. “Foi uma das experiências mais emocionantes da minha carreira”, admite o chef, 34 anos de profissão. Para ele, o projeto vale por seu potencial de divulgação dos ingredientes nacionais. “Temos temperos, frutas e técnicas maravilhosos. É importante mostrar que o País possui uma gastronomia própria excelente”, diz. O turista provará 20 vinhos diferentes em oito refeições. Para decidir a carta, Tartari vai degustar todos os quitutes nas próximas semanas. “Ainda não defini as garrafas, mas tenho algumas idéias. Com jacaré, recomendo um tinto leve, com pouco tanino. Um shiraz ou um pinot noir, por exemplo.” Vale a pena tirar as malas do armário.