Um modelo de tecnologia tem sido alvo de intensa investigação na medicina. Trata-se da nanotecnologia, uma área cujo objetivo é criar partículas em dimensões muito, mas muito pequenas. Para se ter uma ideia, um nanômetro é um bilhão de vezes menor do que um metro. O que se busca é usar essa tecnologia para criar meios de fazer com que o organismo absorva melhor os medicamentos, entre outros benefícios. Uma das especialidades nas quais estão sendo observados os principais avanços neste sentido é a oncologia. No caso do tratamento, nanopartículas atuariam como condutoras de drogas que seriam depositadas diretamente nas células cancerosas. Já no diagnóstico elas poderiam identificar o tipo e a gravidade do câncer em tempo recorde.

Um dos estudos mais recentes está sendo conduzido na Universidade de Washington (EUA). Os cientistas isolaram do veneno da abelha uma toxina chamada melitina. A substância mostrou ter grande poder de destruição de células doentes. Depois, a molécula foi acoplada a nanopartículas para que pudesse alcançar com maior eficácia células tumorais. O passo seguinte foi testar a invenção em cobaias – os animais tinham tumores de mama e melanoma (tumor de pele). Após cinco aplicações das partículas, os tumores regrediram ou pararam de crescer. "As nanoabelhas são uma forma eficaz de embalar a melitina, que é útil, mas potencialmente letal", explicou Paul Schlesinger, um dos autores do trabalho. As conclusões dessa pesquisa foram publicadas na edição online da revista científica "Journal of Clinical Investigation".

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Nessa mesma linha, pesquisadores da Universidade da Califórnia desenvolveram um tipo de nanomáquina capaz de armazenar drogas dentro de minúsculos poros e liberá-las em células doentes. Modelo semelhante vem sendo testado na Universidade de Illinois apresentada pela nanotecnologia tem se mostrado eficiente também nos diagnósticos de tumores. Médicos da Universidade de Toronto, no Canadá, por exemplo, usaram nanomateriais para desenvolver um mecanismo sensível o suficiente para detectar rapidamente o tipo e a gravidade do câncer. "Nos testes em laboratório, fizemos o exame em meia hora", disse Shana Kelley uma das autoras do estudo.