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A Guarda Costeira italiana encontrou nesta terça-feira (17) mais cinco corpos durante as operações de busca pelos desaparecidos após o acidente com o cruzeiro Costa Concordia nas proximidades da ilha de Giglio, na costa italiana da Toscana. Os corpos vestiam coletes salva-vidas e foram encontrados na parte submersa da popa do navio.

Com a descoberta de hoje, sobe para 11 o número de vítimas fatais da tragédia, informou o porta-voz da municipalidade de Giglio, Cristiano Pellegrini. Segundo o La Repubblica, trata-se de quatro homens e uma mulher. Pellegrini não soube informar se os corpos achados pertencem a membros da tripulação ou são passageiros.

Depois da contínua mudança nos números de desaparecidos, a unidade de crise formada para fazer o acompanhamento do resgate divulgou a lista com as nacionalidades dos 29 ocupantes desaparecidos. Nela estão seis italianos (entre eles uma menina de 5 anos), 14 alemães, quatro franceses, dois americanos e uma peruana, Erika Soria, 26 anos, que trabalhava no cruzeiro e foi vista saltando em uma das lanchas.

O pessoal de resgate, que segue com as tarefas de localização e salvamento e na segunda-feira teve que interromper sua atividade durante horas ao detectar um movimento no navio, prosseguiu com seu trabalho nesta terça, abrindo passagem entre os restos do casco com pequenas cargas de explosivos. Enquanto isso, o capitão Francesco Schettino, 52 anos, teve que prestar uma declaração perante a juíza de instrução encarregada do caso, Valeria Montesarchio, no Tribunal de Grosseto.

Este comparecimento coincide com a publicação no jornal Corriere della Sera de uma conversa telefônica entre Schettino e um responsável pela Capitania dos Portos, na qual se revela que o capitão abandonou o navio antes da retirada de todos os passageiros. "Volte imediatamente a bordo, suba pela escada de segurança e coordene a evacuação. Deve nos dizer quantas pessoas há ainda ali: crianças, mulheres, passageiros, o número exato de cada categoria", disseram a Schettino, da Capitania dos Portos.

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Sobrinha-neta de vítima do Titanic sobrevive

Uma das sobreviventes do desastre com o Costa Concordia é sobrinha-neta de uma vítima do naufrágio do Titanic, o mais famoso da história. A italiana Valentina Capuano, 30 anos, que estava a bordo com o companheiro, o irmão e a cunhada, teve mais sorte do que o tio-avô Giovanni, segundo informa o jornal italiano La Repubblica.

Giovanni, que emigrou para Londres, era personagem constante dos relatos da avó de Valentina, Maria, que contava a história do jovem de 25 anos. Ele trabalhava como garçom no fatídico cruzeiro que afundou em 1912 no Atlântico, quando seguia da Inglaterra para os Estados Unidos, matando 1,5 mil pessoas. "Foi como reviver aquelas histórias" disse Valentina ao jornal italiano. "Foi terrível, e até agora a lembrança do que aconteceu me faz sentir mal, me dá taquicardia", relatou.

Naufrágio do Costa Concordia

O cruzeiro Costa Concordia naufragou na última sexta-feira, dia 13 de janeiro, após colidir em uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio, na costa italiana da Toscana. Mais de 4,2 mil pessoas estavam a bordo. Até a tarde de terça-feira, dia 17, 11 mortes haviam sido confirmadas. No mesmo dia, as autoridades italianas divulgaram que 29 seguiam desaparecidos. O Itamaraty informou que 57 brasileiros estavam a bordo do navio, mas nenhum deles está entre as pessoas que ainda não foram encontradas.

Segundo as primeiras informações sobre as causas do acidente, o navio, que tem 290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas, margeava a ilha de Giglio quando bateu em uma rocha e começou a adernar. Houve pânico entre os passageiros, que reclamaram de despreparo da tripulação e luta por coletes salva-vidas. O comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi acusado de ter abandonado o navio. Ele nega, mas a empresa responsável pela embarcação se posicionou confirmando a negligência do capitão.


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