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Equipes trabalham no resgate das vítimas do naufrágio

 

 

O presidente e CEO da Costa Cruzeiros, Pier Luigi Foschi, atribuiu o acidente com o navio Costa Concordia a um "erro humano" do comandante Francesco Schettino. "A empresa ficará com o capitão e lhe dará toda a assistência necessária, mas temos de reconhecer os fatos e não podemos negar um erro humano", disse ele durante uma coletiva de imprensa em Gênova concedida pelos proprietários da empresa.
 
"A companhia desaprova o comportamento que causou o acidente, ao decidir desviar o navio de sua rota ideal", afirmou Foschi, garantindo que o navio, com mais de 4 mil pessoas a bordo, não tinha qualquer problema. Froschi salientou que o navio passou por todas as avaliações de segurança realizadas em 2011. "Esses navios são ultrasseguros. Esse é um acontecimento excepcional, que era imprevisível.
 
As operações de resgate foram suspensas nesta segunda-feira por tempo indeterminado depois que o navio deslizou da rocha onde estava apoiado, disse um porta-voz dos bombeiros. "Houve um deslizamento de nove centímetros verticalmente e 1,5 centímetro horizontalmente. Nós saímos imediatamente. Isto é algo com que temos de nos preocupar", afirmou. Foschi também pediu desculpas e ofereceu condolências pelo acidente.
 
Risco ambiental
 
Mais cedo, o ministro italiano do Meio Ambiente, Corradio Clini, afirmou que é preciso uma "intervenção urgente" para evitar que sejam derramadas as 2.380 toneladas de combustível transportadas pela embarcação. "O objetivo é evitar que o combustível vaze do navio. Nós trabalhamos com esta possibilidade", declarou o ministro.
 
"O barco tem os depósitos cheios de combustível, um diesel denso, que poderia vazar até o fundo do mar. Seria um verdadeiro desastre", ressaltou, após lembrar que o arquipélago da Toscana, formado por sete ilhas, é uma das regiões mais protegidas e delicadas da Itália e desde 1996 é o maior parque marinho da Europa. "A ilha, talvez todo o arquipélago, e a costa estão ameaçados", acrescentou.
 
Naufrágio do Costa Concordia

 
O cruzeiro Costa Concordia naufragou na última sexta-feira, dia 13 de janeiro, após colidir em uma rocha nas proximidades da ilha de Giglio, na costa italiana da Toscana. Mais de 4,2 mil pessoas estavam a bordo. Até a manhã de segunda-feira, dia 16, seis mortes haviam sido confirmadas. Outras 16 pessoas seguiam desaparecidas: dez turistas e seis tripulantes. O Itamaraty informou que 57 brasileiros estavam a bordo do navio, mas não há indícios de que eles estejam entre as pessoas que ainda não foram encontradas.
 
Segundo as primeiras informações sobre as causas do acidente, o navio, que tem 290 metros de comprimento e 114,5 mil toneladas, margeava a ilha de Giglio quando bateu em uma rocha e começou a adernar. Houve pânico entre os passageiros, que reclamaram de despreparo da tripulação e luta por coletes salva-vidas. O comandante do Costa Concordia, Francesco Schettino, foi acusado de ter abandonado o navio. Ele nega, mas a empresa responsável pela embarcação se posicionou confirmando a negligência do capitão.