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Fontes da Guarda Costeira confirmaram que dois corpos foram encontrados neste domingo a bordo do cruzeiro Costa Concordia que naufragou na sexta-feira à noite diante da pequena ilha italiana de Giglio. Os cadáveres de dois homens idosos foram localizados por mergulhadores na parte submersa traseira do cruzeiro, que está tombado à direita em quase 90 graus no mar Tirreno.

Agora, o número de mortos no acidente sobe para cinco. As outras três vítimas foram dois turistas franceses e um peruano membro da tripulação. Os feridos são 40 no total, dois deles em estado grave. Antes dos corpos serem encontrados, o governador da região da Toscana, Enrico Rossi, anunciou que onze passageiros e sete tripulantes seguiam desaparecidos.

Os dois homens estavam com coletes salva-vidas e não conseguiram sair da cabine. As autoridades informaram que ainda não sabem a identidade das vítimas.

Ao todo, 4.229 pessoas viajavam no navio, que levava 3.209 passageiros de 62 países, a maioria italianos, franceses e alemães. Neste domingo, três sobreviventes foram resgatados de dentro da embarcação: um casal sul-coreano e o comissário-chefe do cruzeiro. Dois japoneses que estavam desaparecidos foram localizados em Roma.

Brasileiros

A Costa Cruzeiros, empresa dona do navio que naufragou na costa da Itália na manhã deste sábado, relatou ao consulado do Brasil em Roma que 53 brasileiros estavam a bordo da embarcação. A companhia comunicou que, dos cidadãos do País que viajavam no cruzeiro, 47 era passageiros e seis eram tripulantes.

Todos eles foram identificados e não sofreram nenhum  ferimento durante o acidente. A Costa Cruzeiros também relatou que eles foram encaminhados para um hotel próximo ao local do naufrágio.

O brasileiro Randus Dias Fonseca estava a bordo e embarcou no Costa Concordia em Barcelona, na Espanha, na última segunda-feira. Fonseca relatou que, no momento do resgate, os botes salva-vidas não desciam por alguma razão desconhecida. "Nessa hora realmente eu pensei que ia ter um mal súbito, tanto eu quanto minha mulher", afirmou à Globo News. Ele contou que não chegou a ver a água entrar no barco porque teve prioridade no resgate por estar com criança.

Mais cedo, a companhia responsável pelo cruzeiro informou que pelo menos 46 brasileiros estariam a bordo da embarcação na hora do naufrágio. O navio Costa Concordia tinha 3,2 mil passageiros e 1 mil tripulantes a bordo.

Pelo menos três pessoas morreram e mais de 70 estão desaparecidas. Conforme a empresa, cerca de 1 mil passageiros eram italianos. Os alemães somavam 569 e os franceses, 160. A embarcação navegava pelo Mar Mediterrâneo, depois de zarpar de Civitavecchia e com escalas previstas em Savona, Marselha, Barcelona, Palma de Mallorca, Cagliari e Palermo.

Prisão

O comandante do Costa Concordia, cruzeiro que naufragou na noite desta sexta-feira na costa italiana, está sendo acusado pela promotoria de homicídio culposo múltiplo, naufrágio e abandono do navio enquanto muitos passageiros ainda se encontravam na embarcação. Francesco Schettino foi detido em Grosseto, cidade da região do acidente, após passar por um longo interrogatório comandado procurador chefe da localidade, Francesco Verusio.

Schettino, de 52 anos e natural de Nápoles, foi ouvido por várias horas por Verusio, após o navio que pilotava e que transportava 4.229 pessoas ter encalhado a 500 metros da ilha toscana. De acordo com a imprensa italiana, o comandante deixou o cruzeiro por volta das 23h30 (hora local), quando parte dos tripulantes e dos passageiros ainda aguardavam para serem levados. As últimas pessoas só deixaram o navio por volta das 2h30 e 3h deste sábado. Até o momento, três mortes foram confirmadas.

Outro tripulante do Costa Concordia, o primeiro oficial da ponte de comando, Ciro Ambrosi, também está sendo investigado, de acordo com a imprensa local. A caixa-preta da embarcação, na qual se encontram as gravações das conversas entre o navio e o porto de Livorno, o mais importante da região, já foi recuperada, informou o procurador chefe. As buscas seguem na região para encontrar 40 pessoas que ainda seguem desaparecidas.

Verusio disse que o impacto com as rochas aconteceu às 21h45 e que as capitanias dos portos próximos não foram avisadas imediatamente. De acordo com a primeira reconstituição feita pela procuradoria, o capitão se aproximou demais da ilha de Giglio, fez uma manobra errada e o lado esquerdo do casco do navio se chocou com as rochas. Em pouco tempo, muita água entrou dentro da embarcação. De acordo com a companhia proprietária do navio, a Costa Cruzeiros, o comandante Schettino assegurou neste sábado que as pedras não apareciam no mapa que estava no Costa Concordia.