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FONTE
Prontos para receber energia solar, os edifícios do distrito
armazenam a energia que alimenta as lâmpadas LED

A Ilha de Bom Jesus é um pedaço de paraíso situado na margem oeste da Baía de Guanabara. Um lugar privilegiado, perto das linhas expressas, do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro e do moderno Parque Tecnológico do Fundão. Quem passa por ali não atenta para a exuberante paisagem porque a natureza teve o cuidado de escondê-la atrás de uma vasta e alta vegetação. De ilha mesmo, o território de 240 mil metros quadrados só tem o nome, já que os sucessivos aterros feitos na região a partir de 1950, durante a construção do Campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), transformaram um arquipelágo de oito ilhas em apenas uma: a Ilha do Fundão. É nessa área de fauna e flora ricas que vai surgir o primeiro complexo tecnológico brasileiro projetado com base em critérios ambientais, o Distrito Verde.

A exemplo dos distritos industriais comuns, o Verde pretende reunir empresas com similaridades, que se complementem de forma a aumentar a produtividade com redução de custos.

Mas há dois fatores que tornam muito diferentes os dois tipos de distrito: o conceito de urbanização e infraestrutura. “Todas as edificações, bem como os sistemas de geração de energia, uso de água, tratamento de esgoto, entre outros aspectos, devem seguir critérios de sustentabilidade”, explica a subsecretária de Economia Verde do Estado do Rio, Suzana Khan. Isso sem prejudicar a finalidade do empreendimento, que foi planejado para ser um aglomerado de tecnologia, com foco no desenvolvimento de soluções para questões relacionadas ao meio ambiente, saúde e energia.

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‘‘De uma pequena ilha de quase 250 mil metros quadrados
que durante décadas permaneceu improdutiva começarão
a brotar, a partir de 2013, soluções para o futuro do
Rio de Janeiro, do Brasil e possivelmente do mundo’’

Eduardo Paes, prefeito do Rio

“Estamos fazendo um plano diretor com apelo ambiental. As áreas verdes serão preservadas e as construções ocuparão o espaço deixado por edificações antigas, erguidas pelo Exército, de quem o governo do Rio comprou o local”, afirmou a subsecretária de Desenvolvimento Econômico do Rio, Renata Cavalcanti, que deve apresentar o projeto concluído do Distrito Verde durante a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece na capital fluminense, em junho. O Distrito Verde deve es­­­tar operando completamente em 2014.

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Renata afirmou que a flora da região não vai sofrer alteração – nem pode, por se tratar de um bem tombado. “O Distrito Verde ocupará cerca de 130 mil metros quadrados, menos da metade da área. Vamos manter ainda a igrejinha localizada no alto do monte e preservar a fachada de um asilo abandonado, que deve ser transformado em hotel”, adiantou. Empresas parceiras já estão com algumas de suas tarefas definidas: a BR Distribuidora projeta a pavimentação das ruas com asfaltamento-borracha, fabricado a partir de pneus reciclados; a GE, que já adquiriu 50 mil metros quadrados na região para a construção de seu Centro de Pesquisas Globais, está encarregada da iluminação pública com lâmpadas LED, mais econômicas, duráveis e que não agridem o ambiente; e a L’Oréal, que também já garantiu seu lote de 30 mil metros quadrados para erguer um Centro de Pesquisa e Inovação, cuida da implementação e criação do paisagismo.

Segundo a subsecretária Suzana Khan, o Distrito Verde da Ilha de Bom Jesus é o primeiro de uma série que o governo pretende construir no Estado. Ela viajou para Nova York na terça-feira 10, para pedir ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) que financie o desenvolvimento de distritos similares no Rio. “Estou empolgadíssima, pois acho que a convergência do crescimento econômico com a preocupação ambiental é a saída para o desenvolvimento com qualidade”, anima-se. Quando o BID se manifestar sobre o pedido de financiamento, vai ser possível saber se os banqueiros compartilham desse entusiasmo.

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