Histórias passadas em guerras vira e mexe viram filme. De clássicos como …E o vento levou à blockbusters como Pearl Harbor. O cinema ama o patriotismo dos soldados, a crueldade das tropas inimigas e os romances impossíveis desenrolados entre explosões e tiros. Em Valiant – um herói que vale a pena! (Valiant, Inglaterra, 2005), animação de Gary Chapman, há todos esses clichês. Mas esqueça os heróis belicosos e as mocinhas chorosas: os personagens em questão foram inspirados nas aves que fizeram parte do serviço inglês de pombos-correios durante a Segunda Guerra Mundial.

O pombinho Valiant sonha entrar para o tal agrupamento e “bater asas pela liberdade”, embora seja pequenino e fraco. Persistente, consegue se alistar,
mas integra uma equipe formada só por pombos destrambelhados, como Bugsy, golpista das praças londrinas, e Pomposo, pombo com aspirações intelectuais
que planeja se mudar para Oxford. O grupo recebe a missão – quase impossível para ele, tamanho o despreparo – de entregar uma mensagem à resistência francesa. Esta, aliás, é formada por ratinhos fãs de Edith Piaf. No percurso, em
pleno Canal da Mancha, terão de enfrentar os falcões alemães chefiados pelo temível general Von Falcon.

Dos mesmos produtores de Shrek, a animação chega ao Brasil somente em cópias dubladas, mas preserva as boas sacadas, que geralmente se perdem em traduções. Diverte até mesmo quem, no dia-a-dia, não suporta a sujeira e os inconvenientes desses detestáveis bichinhos urbanos.