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PROTESTOS
Manifestações em Budapeste: população não quer nova ditadura

Os festejos de Réveillon deram lugar a um clima de apreensão para a população húngara. No primeiro dia de 2012, o país do Leste Europeu amanheceu com uma nova Constituição, que não só retira a palavra República do nome oficial da nação como também do cenário político e social. Alvo de críticas de organismos internacionais, o texto limita os poderes do Judiciário, pune jornalistas críticos ao regime e restringe as liberdades individuais. Formulada por forças ultraconservadoras, a Carta Magna é a institucionalização dos ideais do premiê Viktor Orban e de seu partido, o Fidesz. Na segunda-feira 2, 50 mil pessoas protestaram na capital Budapeste. Os manifestantes pediram a volta da República e criticaram a “ditadura de Orban e de sua legenda”. Ambos chegaram ao poder em 2010, com uma vitória esmagadora nas urnas, influenciada pelo vazamento de uma declaração do então primeiro-ministro, o socialista Ferenc Gyurcsany, que admitiu ter mentido sobre a situação financeira do país. A economia húngara passa por problemas desde a crise de 2008, com elevados níveis de endividamento e desemprego. Entre as medidas adotadas na nova Constituição estão o fim da independência do Banco Central e um pacote de nacionalizações. “Viktor Orban fez a Hungria passar de um lugar promissor para o mais sombrio da Europa”, disse o deputado Tibor Szanyi. 

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