11/01/2006 - 10:00
Foi-se o tempo em que a melissinha da Xuxa e a sandalhinha da Sandy reinavam soberanas no mundo dos licenciamentos. Hoje, nomes e grifes em evidência têm um destino inevitável: incorporar-se aos produtos mais improváveis, num mundo de associações que parecem sem pé nem cabeça. É possível encontrar de cervejas com rótulos de marcas de roupas até necessaires assinadas por bambas da MPB. Sem contar os CDs com cara e nome de papel para enrolar tabaco. De olho nessa tendência e interessada em sofisticar a marca Premium, a Bavaria – que já foi a cerveja dos amigos da música sertaneja (lembra?) – agora aposta no mundo da moda. Batizada de Authentic Collection, a edição limitada da cerveja tem rótulos desenhados pelas grifes Nu Young Creative, Clube Chocolate, Ioio, Sérgio K, VR e Garimpo-Fuxique.
Os estilistas e as grifes, garante Leo Lima, gerente de marketing da Bavaria, não ganharam comissões pelo desenho do rótulo. E a cervejaria, por incrível que pareça, também não lucra com a venda do produto, que só é distribuído aos clientes das marcas participantes. E se nenhum dos lados ganha com isso, afinal qual o sentido da parceria? Marketing.
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Puro marketing. “A sacada do momento é chegar o mais próximo do que chamamos ‘o real experimento de marca’. Ou seja, pegar personalidades com determinadas atitudes e fazê-las dar nova roupagem aos produtos”, diz Leo Lima, que já está preparando uma segunda Authentic Collection, dessa vez com parcerias musicais como a já fechada com o crítico Nelson Motta.
Ainda no campo da música, o novo conceito de marketing transformou clássicos da MPB em bolsas e necessaires. A grife Très Chic, das irmãs Kelly e Erika Cordes, acaba de lançar uma linha de produtos com hits do cantor e ministro Gilberto Gil. Vamos fugir, A paz e Aquele abraço, quem diria, viraram mimos trés-chics. No lançamento da coleção, em dezembro, a empresária Flora Gil, mulher e faz-tudo do artista, declarou que os produtos estariam à venda na loja da Très Chic, em São Paulo, e nos shows do cantor por todo o País. O multifacetado Gil, seja com a cessão de direitos autorais, seja com a porcentagem sobre as vendas, deve levar alguns tostões com a brincadeira. “Não divulgamos valores. A linha trará outros artistas e a negociação vai depender de cada autor”, diz Erika Cordes.
