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Muito provavelmente você reconhece uma dessas três pessoas de pijama. O vovô fazendo as vezes de arqueiro intrépido e encantando os netos é ninguém menos do que Antonio Carlos Jobim. A garotinha da direita, olhando para o céu, se chama Dora, sua neta. Essa menininha tem hoje 35 anos e é uma produtora de cinema. Junto com o cineasta Nelson Pereira dos Santos, Dora está mostrando ao mundo uma obra lindíssima. Um filme no qual nada é falado, mas uma das mais lindas e importantes histórias da cultura e da arte brasileiras é contada com detalhes belíssimos. A história de Tom. São dezenas de intérpretes/personagens que vão de Sammy Davis Jr. a Elizete Cardoso, passando por Vinicius, Chico Buarque, Frank Sinatra e muitos outros. Em “A Música Segundo Tom Jobim”, há também muitas imagens do Rio de Janeiro nos anos 50 e 60, numa época em que, dizem, a cidade nada ficava devendo às melhores idealizações de um paraíso boêmio e maravilhosamente solar ao mesmo tempo. À repórter Luciana Obinski, Dora contou algumas boas histórias que lembra do avô, morto quando ela tinha 18 anos. “Vovô gostava de falar dos mesmos assuntos diversas vezes. Se você pegar as entrevistas que ele deu, vai perceber que não importa muito o que o repórter perguntou. Ele dava um jeito de falar do que quisesse”, diz, sem ser questionada. “Ele era muito carismático. Eu sabia da fama dele, sabia que era muito bom músico, mas só tive noção do tamanho que ele tinha para as pessoas quando morreu. Foi uma comoção mundial.”

“Lembro mais dele dedilhando músicas do que compondo. Mas, quando compunha, pedia a opinião de todo mundo, até da cozinheira. Quando ele estava escrevendo ‘Querida’, ficava tentando encaixar todas as palavras possíveis. Cantou ‘metida’, ‘bandida’…
Era sensacional. Estou muito feliz com esse filme, mas ainda vou fazer um meu, mais definitivo, reunindo toda a obra dele. Mas isso vai ser mais para a frente.”
O filme estará nos cinemas em janeiro e vai emocionar quem gosta de arte e do Brasil.