Alguns homens públicos passam incólumes às seduções fáceis do poder. Assim, para os políticos que se apoiam na teoria do homem-lobo (sempre a lutar por interesses próprios), o exemplo do poeta e dramaturgo tcheco Vaclav Havel não se encaixa. A coerência sempre foi a sua marca, e nisso se incluem dois mandatos presidenciais – em um deles abriu mão do cargo para não participar da partilha da República Tcheca à qual era radicalmente contrário. Manteve-se alinhado aos ideais libertários e democráticos que aprendera na Primavera de Praga e na Revolução de Veludo, da qual saiu como líder. Havel morreu no fim da semana passada aos 75 anos (causa não revelada). Foi o grande defensor da democracia e dos direitos humanos no Leste Europeu e um dos mais importantes artífices da queda do Muro de Berlim e do sepultamento do comunismo. 


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