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PRECISÃO
No Hospital Albert Einstein (SP), cirurgiões realizaram
cirurgia robótica para implantar pontes de safena

O ano de 2011 ficará marcado como o ano em que os cuidados com o coração deram um salto de qualidade e ganharam mais delicadeza. Novos procedimentos foram aplicados valendo-se de cortes mínimos ou até mesmo sem incisões. Parte dos avanços foi obtida graças à cirurgia robótica, na qual o médico comanda, via computador, os “braços” do aparelho por meio do qual realiza as intervenções. Os cortes são minúsculos.

Em geral, a operação robótica demanda quatro incisões de cerca de um centímetro cada uma, por onde são introduzidos instrumentos como uma microcâmera e pinças. No método convencional, é feito um corte de 25 centímetros no peito do paciente.

Em novembro, a equipe do cirurgião Robinson Poffo, do Hospital Albert Einstein (SP), protagonizou a primeira cirurgia robotizada da América Latina de revascularização do miocárdio – a popular ponte de safena. Também foram executadas por esse método trocas de válvulas cardíacas. “A economia nos cortes reduz o risco de infecções e acelera a recuperação”, diz Poffo. O cateter contribuiu para essa forma mais delicada de tratar o coração. Ele foi utilizado, por exemplo, como condutor para a colocação de prótese na artéria aorta em locais onde há entupimento por gordura. O procedimento é feito sem corte.

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RECURSO
Almeida aponta avanço contra insuficiência cardíaca grave

Outro avanço na mesma linha foi a decisão do FDA, a agência americana que regulamenta procedimentos, de liberar o uso de pequenos aparelhos para serem implantados no coração de pessoas com insuficiência cardíaca severa. Sua missão é injetar sangue na circulação. Antes, os equipamentos eram grandes e ficavam fora do corpo. “É um avanço que se tornou possível por causa da evolução desses aparelhos nos últimos anos”, afirma Sérgio Almeida de Oliveira, um dos maiores cirurgiões cardíacos do País.

Na área de remédios, a boa notícia veio com a aprovação pelo governo brasileiro do uso de três drogas trombolíticas para serem ministradas a pacientes com infarto atendidos no SUS. Foi liberado também na rede pública o exame troponina, que mede o grau de morte do músculo cardíaco no infarto. Mais uma decisão estratégica foi o redirecionamento de parte do poderio do Instituto do Coração (InCor) à prevenção. “É uma ação fundamental para reduzir o número de casos de doença cardíaca”, afirma Roberto Kalil Filho, que em novembro assumiu o cargo de diretor da área de cardio-pneumologia do instituto.

Alinhados com a proposta, os governos federal e estadual destinaram R$ 4,4 milhões para aumentar a capacidade do InCor de oferecer exames e procedimentos em cardiologia intervencionista (como cateterismo e angioplastia).  Enquanto isso, no Hospital Beneficência Portuguesa (SP) investiu-se na análise de dados sobre três mil cirurgias de pontes de safena. O objetivo é usar as informações para empreender ajustes nos procedimentos destinados a reduzir a taxa de complicações, melhorando ainda mais o cuidado com o coração.  

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