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Empresas aéreas e trabalhadores travam as últimas quedas de braço antes do prazo previsto para uma greve na aviação civil no Brasil, justamente às vésperas de um recorde de voos no fim de ano. A intenção dos funcionários continua sendo a de reduzir as atividades.

“Às 14h desta quinta-feira (22), teremos uma assembleia da categoria para tomar uma decisão final, para reavaliar porque aparentemente estaremos fazendo uma nova proposta amanhã. Mas, por enquanto, a greve está mantida para às 23h dessa quinta” afirmou ao Portal Terra o presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato.
 
O Sindicato Nacional dos Aeroviários delibera já nesta quarta-feira (21). "O trabalhador está votando se ele quer a proposta do sindicato ou a do patrão. Só vamos ter o resultado às 23h, está acontecendo assembleia no Brasil inteiro", conta a presidente da entidade, Selma Balbino.
 
Em quatro dos principais aeroportos, permaneceu clara a vontade de paralisação, após a primeira metade do dia de votação.
“Já temos (resultado) parcial, de 6h ao meio-dia: greve no Rio de Janeiro, em Salvador, em Brasília, em Congonhas, que é a grande novidade porque não estava, era da Força (Sindical), que rachou e vai fazer greve, segundo me disseram. São três sindicatos de aeroviários da Força, que representam 15% do total. Somos todos filiados à CUT (Central Única dos Trabalhadores)”, informou Selma Balbino.
 
A assessoria de imprensa do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) declarou que "há uma perspectiva de se assinar um acordo até amanhã (quinta-feira, 22)".
 
Para os dois lados, não parece coincidência a proximidade de um período crítico das viagens aéreas, que normalmente convive com o risco de atrasos e sobrecarga devido ao elevado número de voos.
 
“ Eles (companhias) vivem pedindo benesses ao governo, que está jogando duro com as empresas aéreas. Estamos desconfiados que estão querendo usar os trabalhadores como moeda de troca, e não vamos permitir isso. Os problemas das empresas com o governo eles têm que resolver entre si, não temos nada a ver”, disparou a presidente da SNA.
 
A assessoria do Snea afirmou não querer "entrar em detalhes e picuinhas", mas alegou: “Quem tem que dizer os números são eles, os dois sindicatos ligados à CUT: dos aeroviários e dos aeronautas. Qual é a proposta, qual é o valor. Eles é que precisam dizer a hora em que querem assinar. Fizeram uma proposta e nós aceitamos. Não foi o governo que fez ontem à noite (terça, 20)”.
 
A representante dos aeroviários insiste: “Estamos negociando há 95 dias, e o patrão empurrou com a barriga. Entregamos as pautas com um mês de antecedência em relação ao que a gente entrega. O patrão se lixou para isso, então a responsabilidade é dele. Os trabalhadores fizeram absolutamente tudo para não ter greve. Quem radicalizou foi o patrão.”