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O anúncio nesta segunda-feira da morte do líder norte-coreano Kim Jong-Il fez ressurgir os temores de novas turbulências, principalmente ante a sucessão oficial de seu filho Kim Jong-Un, uma figura pouco conhecida.

A seguir, as várias incógnitas diante desse novo contexto político na Coreia do Norte.

Em que ritmo se fará a transição?

O corpo de Kim Jong-Il será exposto no mausoléu de Kumsusan, onde repousa os restos de seu pai, o fundador e "líder eterno" da Coreia do Norte morto em 1994, Kim Il-Sung. Após o funeral, no dia 28 de dezembro, as atenções se voltarão para o processo de sucessão. Kim Jong-Il, designado sucessor 14 anos antes da morte de seu pai, tornou-se oficialmente o líder do partido comunista no poder apenas três anos depois do falecimento paterno. O status de herdeiro de Kim Jong-Un foi oficializado apenas em setembro de 2010.

Quem está no comando?

O poder norte-coreano deve se manter discreto, da mesma forma que a morte de Kim Jong-Il permaneceu em segredo por dois dias. Contudo, tudo indica que Kim Jong-Un o novo líder do país será orientado em seus primeiros passos no poder por Jang Song-Thaek, marido de sua tia Kim Kyong-Hui.

Quais são os riscos?

A Coreia do Norte foi marcada por seu comportamento errático e agressivo internacionalmente. Alguns observadores temem que o jovem líder fique tentando firmar sua autoridade conduzindo testes nucleares ou se envolvendo em provocações militares. As relações com a Coreia do Sul estão congeladas desde os dois incidentes mortais no ano passado, no momento em que Kim Jong-Il procurava assegurar a legitimidade de seu filho como sucessor.

A Coreia do Norte pode explodir em guerra?

Segundo especialistas, as elites norte-coreanas não têm nenhum interesse de desafiar o status quo e turbulências parecem improváveis em curto prazo. Diante de problemas fundamentais, como a crise alimentar, Kim Jong-Un não deve conduzir uma política aventureira no mercado interno. Mas, se falhar e uma luta pelo poder acontecer, as conseqüências para o regime e o país serão imprevisíveis.

Por que a Coreia do norte é tão confiante?

O país conta com um exército de 1,19 milhão de homens e com um arsenal impressionante de armas convencionais e químicas, inclusive milhares de mísseis de curto ou médio alcance. A Coréia do Norte também fez testes de mísseis de longo alcance Taepodong, capazes em teoria de atingir os Estados Unidos.

De acordo com a maioria dos especialistas, o regime tem um estoque de plutônio suficiente para fabricar de seis a oito bombas atômicas, apesar de sua capacidade de inseri-las em misséis capazes de atingir seus inimigos ainda esteja incerta. O programa nuclear norte-coreano é há anos um dos principais problemas diplomáticos da região, com negociações entre seis países, inclusive os Estados Unidos e a China.

Como se posicionam os países vizinhos?

O principal aliado da Coreia do Norte, a China, deve apoiar o regime, ainda mais porque sua queda pode provocar uma fuga em massa de milhões de refugiados no território chinês. A Coreia do Sul, que tem relações tensas com sua vizinha do Norte, e o Japão, claramente anticomunista, já estão se preparando para qualquer eventualidade

Seul já colocou seu exército em alerta e Tóquo convocou uma reunião de segurança emergencial. Já os Estados Unidos voltaram a manifestar seu apoio ao aliado sul-coreano.