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Com mais uma atuação de gala neste domingo, o Barcelona voltou a mostrar ao mundo por que é considerado uma das maiores equipes da história do futebol. Com jogo coletivo impecável e brilhos individuais, os comandados de Pep Guardiola massacraram o Santos na final do Mundial de Clubes, no Estádio Internacional de Yokohama, e venceram por 4 a 0 com facilidade, destruindo o sonho alvinegro de chegar ao tricampeonato. Messi (duas vezes), Xavi e Fàbregas anotaram os gols do confronto, que teve três gols só no primeiro tempo.

O título é o segundo Mundial conquistado pelo time catalão – em 2009, a mesma base venceu o Estudiantes de La Plata (ARG) na final. O time espanhol foi soberano na decisão deste domingo no início ao fim e não deu chance alguma à equipe de Muricy Ramalho. O treinador mexeu no time que venceu o Kashiwa Reysol na semifinal, sacando Elano para a entrada de Léo, mas não alterou o esquema com quatro defensores e três volantes da partida anterior. A marcação santista, porém, não se encontrou em nenhum momento.

Com grande expectativa sobre si, Neymar não conseguiu render. O único bom lance do camisa 11 foi um passe no primeiro tempo, começando jogada que terminou em chute de Borges, para defesa de Valdés. Isolado do time, que não conseguia levar a bola até ele, o astro santista teve uma chance clara de gol na segunda etapa após passe de Ganso, mas bateu em cima do goleiro.

Com mais de 70% de posse de bola, o Barcelona jogou a maior parte do confronto sem nenhum atacante de ofício – Daniel Alves, Messi e Thiago formaram a linha ofensiva da equipe, sempre com extrema movimentação e troca de posições. Na segunda etapa, o time catalão diminuiu o ritmo, mas jamais viu ameaçada a conquista, que consagra ainda mais a espetacular geração da equipe azul-grená.

Primeiro tempo: domínio total do Barcelona e três gols

Ao contrário do que os nomes sugeriam, o Santos não entrou em campo com três na zaga: Bruno Rodrigo fez a lateral direita, com Edu Dracena e Durval no miolo, e Léo na esquerda. Danilo, Arouca e Henrique ficaram plantados à frente da defesa para tentar dar liberdade a Ganso; na frente, Borges e Neymar. Já o Barcelona veio em um 3-4-3, com uma linha de frente formada por Daniel Alves na direita, Messi flutuando pelo centro e Thiago na esquerda.

Quando a bola rolou, o jogo natural do time espanhol logo apareceu. Trocando passes por todo o campo, infiltrando-se nas linhas de marcação do Santos e mantendo a posse de bola quase o tempo inteiro, o Barcelona dominou. Porém, a primeira chegada foi do time paulista: aos 7min, Daniel Alves errou inversão de jogo e os alvinegros puxaram ótimo contra-ataque, mas Neymar segurou demais a bola e foi desarmado.

A resposta dos catalães veio cinco minutos depois, com Messi. O camisa 10 escapou facilmente de Henrique pela meia direita, puxou para o centro e chutou de fora da área; Rafael espalmou e conseguiu também defender o rebote de Thiago. Mesmo acuado, o Santos voltou a ter uma oportunidade aos 15min, após Borges ser derrubado por Piqué. Neymar rolou a cobrança de falta para Ganso, que chutou para fora.

Controlando totalmente o andamento do jogo, o Barcelona enfim abriu o placar aos 16min. Xavi dominou com estilo na intermediária e buscou enfiada de bola para Messi; Durval falhou e deixou a bola passar entre suas pernas. O argentino só teve o trabalho de invadir a área e tocar por cima do goleiro Rafael. Bruno Rodrigo ainda tentou tirar de bicicleta, mas sem sucesso.

Perdido em campo, o Santos tinha dificuldades para achar os jogadores do Barcelona, que trocavam de posição e apareciam invariavelmente livres para receber a bola. Sem forçar o ritmo, a equipe espanhola aumentou o placar aos 23min: Daniel Alves cruzou rasteiro da direita, Durval e Bruno Rodrigo não cortaram o passe, e Xavi ficou na cara de Rafael, precisando apenas dominar e tocar no canto do goleiro alvinegro.

Sem conseguir receber a bola, Neymar finalmente apareceu bem aos 26min, com passe que encontrou Henrique livre no meio. O volante tocou para Ganso, que enfiou ótima bola para Borges, nas costas de Abidal; o camisa 9 bateu cruzado, mas Valdés defendeu bem. O massacre do Barcelona continuou e, dois minutos depois, Xavi deu passe perfeito por cima da zaga para Fàbregas, que dominou e emendou de esquerda na trave.

Muricy foi forçado a tirar Danilo aos 29min após o jovem jogador sentir lesão, colocando o barrado Elano em campo. Assim se encerrou a passagem do camisa 4 pelo Santos, já que ele ruma para o Porto em janeiro. A mudança não alterou o panorama da partida: o time brasileiro tentou apertar um pouco mais a saída de bola do Barcelona, mas os jogadores do time catalão seguiam sem errar passes e dominando o confronto.

O terceiro gol veio aos 44min. Messi controlou a bola na área, escapou de uma falta, protegeu de Edu Dracena e rolou de calcanhar para a passagem de Daniel Alves; o brasileiro cruzou e Rafael conseguiu espalmar. No rebote, Thiago tentou de peixinho, para nova defesa de Rafael. Em nova sobra, porém, Fàbregas tocou no contrapé do goleiro e balançou a rede.

Segundo tempo: espanhóis diminuem o ritmo e conquistam o título

Apesar do domínio completo dos europeus, o Santos voltou da mesma maneira para a segunda etapa, que começou acelerada. Com apenas 40s, Messi carregou pela direita, cortou Edu Dracena e serviu Fàbregas na área, mas Rafael conseguiu mandar para escanteio o desvio do espanhol. O Santos respondeu no minuto seguinte: em nova oportunidade de contra-ataque, Ganso achou Borges com bom passe na direita; o camisa 9 cruzou e Neymar escorou para fora de cabeça.

Tocando a bola no meio de campo sem ser muito incomodado pela marcação santista, o Barcelona apertou o ritmo aos 6min e quase fez. Messi enfileirou adversário pelo meio e abriu para Thiago na esquerda; o jogador cruzou na segunda trave, mas Daniel Alves cabeceou mal. Dois minutos depois, Fàbregas deu lindo passe por cima para Messi, que tentou colocar entre as pernas de Rafael, mas o goleiro defendeu.

Mesmo sendo dominado em campo, o Santos conseguia prendera bola um pouco mais que no primeiro tempo. Aos 9min, Elano tocou para Borges na área, mas o centroavante adiantou demais e Valdés conseguiu abafar. O Barcelona respondeu com uma tabela espetacular entre Fàbregas e Iniesta, com o último finalizando para fora.

Guardiola sacou Piqué para poupar o zagueiro, que vem de problemas físicos, e colocou Mascherano aos 11min. Foi então que Xavi errou no meio de campo, o Santos retomou a bola e Ganso deixou Neymar na cara do gol – o camisa 11, porém, bateu fraco, em cima de Valdés, perdendo a melhor chance da equipe paulista no jogo.

A partir dos 15min, o Barcelona passou a diminuir o ímpeto ofensivo e se focar mais em manter a posse de bola, para deixar o tempo passar. Como resultado, o Santos não conseguia jogar, e a partida ficou morna. Os ânimos só voltaram a se exaltar aos 25min, quando Mascherano chegou forte em Borges e recebeu cartão amarelo.

Jogando solto e rodando a bola pelo campo, o Barcelona por vezes se infiltrava na área do Santos. Aos 34min, o "atacante" Daniel Alves ficou com sobra na área e chutou forte na trave. Dois minutos depois, não teve jeito: Messi recebeu boa bola de Daniel Alves, driblou Rafael e tocou para o gol vazio, marcando pela segunda vez na partida e sacramentando a goleada.

FICHA TÉCNICA

Santos 0 x 4 Barcelona

Gols
Barcelona: Messi, aos 16min, Xavi, aos 23min, e Fàbregas, aos 44min do 1º tempo; Messi, aos 36min do 2º tempo

Santos
Rafael; Bruno Rodrigo, Edu Dracena, Durval e Léo; Danilo (Elano), Henrique e Arouca; Ganso (Ibson); Borges (Alan Kardec) e Neymar. Técnico: Muricy Ramalho

Barcelona
Valdés; Puyol (Fontàs), Piqué (Mascherano) e Abidal; Busquets, Xavi, Iniesta e Fàbregas; Daniel Alves, Messi e Thiago (Pedro). Técnico: Pep Guardiola

Cartões amarelos
Santos: Edu Dracena
Barcelona: Mascherano

Árbitro
Ravshan Irmatov (UZB)

Local
Estádio Internacional de Yokohama, Yokohama (Japão)